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É possível "curar" o diabetes tipo 2?

O diabetes tipo 2 é uma doença associada à obesidade, alimentação inadequada e sedentarismo, além de diversos outros fatores (leia mais aqui) . Uma vez diagnosticado o diabetes, poucos pacientes conseguem se manter sem medicações antidiabéticas para o controle da glicemia (nível da açúcar no sangue).

Um estudo publicado em dezembro de 2017 mostrou que pacientes com diabetes há menos de 6 anos, submetidos a dietas de baixas calorias (em média 800 kcal/d por três meses), seguido de uma reintrodução calórica progressiva e uma fase de acompanhamento de manutenção de peso perdido, com estímulo à atividade física, tiveram uma média de 46% de remissão do diabetes.

A perda média de peso foi de 10kg em 1 ano, e 24% dos pacientes perderam 15kg em 1 ano. Entre os pacientes que perderam mais de 15 kg, 86% atingiram remissão, e dos que perderam 10-15 kg,  57% atingiram remissão.

21% dos pacientes participantes largaram o tratamento no meio do caminho, por dificuldade de adesão (maior razão: dificuldade de vida social), e não atingiram a perda de peso esperada e não tiveram remissão do diabetes.

Portanto, o controle adequado do peso e da alimentação são essenciais para manter a glicemia normal e evitar as complicações associadas ao diabetes. O reganho do peso trará de volta o diabetes.

 

 

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A volta do ovo

Entenda por que o ovo deixou de ser um vilão e agora voltou a ser considerado um alimento saudável.

O ovo é um alimento de baixo custo e uma excelente fonte de vários nutrientes, como vitaminas, proteínas, lipídeos e minerais.

  • Vitaminas:

A, D, E, K, B12

Folato, riboflavina, colina 

  • Minerais:

Selênio/ Ferro/ Fósforo/ Calcio/ Magnésio/ Sódio/ Potássio/ Cloro/ Iodo/ Manganês/ Enxofre/ Cobre/ Zinco

As proteínas são de alta qualidade e, em conjunto com os lipídeos, aumentam a biodisponibilidade de nutrientes como luteina e zeaxantina, que previnem a degeneração macular (doença nos olhos). 

As proteínas estão presentes na clara e todos os outros nutrientes, na gema.

Mas e o colesterol?

Um ovo pode conter de 50 a 250 mg de colesterol, dependendo do tamanho. As recomendações atuais limitam o consumo de colesterol a 300mg ao dia. Mas os últimos estudos indicam que a ingestão de um ovo ao dia é aceitável, desde que outros alimentos ricos em colesterol sejam limitados na dieta.

Algumas populações respondem pior ao consumo de colesterol da dieta, com maior aumento dos níveis de colesterol circulantes. Essas populações, como os portadores de diabetes, ou pacientes com infartos prévios, devem evitar o consumo dos alimentos ricos em colesterol, como o ovo. Mas, na população geral, a ingestão de quantidades pequenas de colesterol da dieta não eleva a concentração de colesterol no sangue.

É importante prestar atenção no preparo do ovo, com o cuidado de não acrescentar mais gordura e colesterol, como ovos fritos e mexidos. Escolhendo receitas adequadas, o ovo é, sim, um alimento saudável.

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6 Dicas importantes para a alimentação

Até pouco tempo atrás, os médicos focavam apenas no tratamento clínico de doenças, deixando os cuidados com dieta para nutricionistas. Mas as evidências mostram, cada vez mais, que a alimentação tem um papel importantíssimo na prevenção de doenças e cuidados com a saúde, portanto, é importante que o médico saiba orientar a dieta dos pacientes.

Há uma enorme quantidade de informações sobre dieta e nutrição divulgada em todos os meios. É difícil conseguir separar quais as informações mais corretas e saudáveis. Abaixo, seguem 6 dicas de dieta baseadas em evidências, com comprovação científica dos benefícios à saúde.

1. Escolha alimentos com variedade de cores e textura, e em sua forma mais natural.

Refeições preparadas em casa, sem serem processadas ou em pacotes, são as que têm maior relação com saúde a longo prazo e longevidade. Estudos indicam que metade das mortes por causas cardiometabólicas (diabetes, infarto, derrame) são associadas a falta de verduras, legumes, frutas, castanhas e ômega3.

A American Heart Association (AHA) recomenda que metade do prato seja preenchido por folhas, verduras e legumes. Algumas pessoas não gostam de comer uma grande quantidade de um tipo de legume, mas consideram mais palatável a mistura de vários legumes e verduras.

2. Evite alimentos processados.

Bebidas e alimentos prontos, como salgadinhos, carnes processadas, doces prontos, bebidas prontas adoçadas e farinha branca têm que ser retirados da dieta. O excesso de açúcar e sal desses alimentos é muito nocivo à saúde. E estudos mostram que adoçantes artificiais não parecem ser benéficos.

O ideal é preparar sua refeição em casa, da maneira mais natural possível.

3. Escolha dietas balanceadas e metas realistas para a perda de peso.

A dieta mais eficaz é aquela que o paciente consegue manter.

As dietas com mais evidência de perda de peso e saudáveis são a dieta mediterrânea e dietas que controlam a porção das refeições, como Vigilantes do Peso. Jejum intermitente também pode ser eficaz para algumas pessoas. A melhor perda de peso ocorre nas dietas que incluem:

- aumento de vegetais e frutas

- consumo de alimentos ricos em fibras

- consumo de grãos integrais

- aumento de consumo de água

- diminuição da ingestão de bebidas açucaradas

- consumo suficiente de proteína e gorduras saudáveis

O prato ideal deve ter metade de verduras, legumes e folhas, um quarto de proteínas magras e um quarto de carboidratos ricos em fibras, com uma porção de gordura saudável.

Alguns estudos mostram benefícios do jejum intermitente (comer por apenas 8 horas do dia, com jejum de 16 horas), mas outros estudos não viram benefício algum. O jejum intermitente pode ser uma alternativa às dietas de grande restrição calórica, para aqueles pacientes que conseguem ficar longos períodos sem se alimentar.

4. Consuma óleos saudáveis para o coração: peixes, azeite, azeitonas, abacate.

Os óleos dos peixes podem prevenir doenças futuras em pacientes com história de doença do coração. O ideal é o consumo dos peixes nas refeições, mas o uso de cápsulas de omega3 também é eficaz na prevenção de doenças.

As "gorduras boas"são o peixe, azeite, óleo de canola, óleo de semente de chia, óleo de castanhas, óleo de abacate. 

5. Diminua a carne vermelha.

O consumo de carne vermelha está associado a aumento do risco de vários tipos de câncer, diabetes, doenças cardiovasculares. Diminuir o consumo de carne vermelha pela metade diminui até 20% o risco de mortalidade.

6. Consuma alimentos fermentados ou probióticos e fibras, para a saúde gastrointestinal e geral.

Probióticos são encontrados em iogurtes, kefir e bebidas e alimentos fermentados não pasteurizados. O consumo de suplementos de probióticos também é eficaz.

Os probióticos agem na flora intestinal, melhorando a resposta imune. Ainda é uma área de estudo recente, mas existem evidências de proteção contra diabetes tipo 2 e câncer de cólon.

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Governo sanciona projeto que libera inibidores de apetite

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/06/1895470-governo-sanciona-projeto-que-libera-inibidores-de-apetite.shtml

O presidente em exercício Rodrigo Maia (DEM-RJ) sancionou nesta sexta (23) lei que libera produção, comercialização e consumo de inibidores de apetite feitos a partir das substâncias anfepramona, femproporex e mazindol.

Derivados das anfetaminas, esses anorexígenos foram usados por décadas no país –até a proibição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2011.

A agência alegou que não havia comprovação de segurança e eficácia e que os riscos à saúde eram maiores que os supostos benefícios.

Já a sibutramina, também citada no projeto, pôde ser comercialziada, mas com restrições, como a necessidade de prescrição médica especial.

Maia afirma que tomou a decisão após consultar médicos favoráveis à liberação e também o Conselho Federal de Medicina (CFM).

"Entendo o drama de milhares de brasileiros que têm níveis perigosos de obesidade e precisam ser levados a sério, e com responsabilidade, tendo acesso a um tratamento médico controlado", informou por meio das redes sociais, usando a hashtag "#ObesidadeEuTratoComRespeito".

REAÇÃO

A Anvisa classificou a lei como inconstitucional e disse que a medida pode trazer riscos à saúde.

"A decisão de sancionar a liberação da comercialização desses anorexígenos no Brasil vai contra o que ocorre em outros países desenvolvidos, cuja competência para avaliar se estão aptos a serem oferecidos à população é das respectivas agências reguladoras", informou, em nota.

Das drogas, só a anfepramona é vendida nos EUA, mas não na Europa –o mazindol foi retirado dos EUA e da Europa em 1999 e o femproporex nunca foi aprovado nos EUA e foi proibido na Europa em 1999.

Em nota, o Idec (Instituto de Brasileiro de Defesa dos Direitos do Consumidor) e Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) informam que estudam recorrer à Justiça contra a liberação.

Para as entidades, o aval às drogas "atende ao lobby e poder econômico das empresas farmacêuticas e dos prescritores que lucram com a produção, a venda e as comissões sobre remédios".

Para Salomão Rodrigues, do CFM, é preciso "ampliar o leque" de tratamentos contra a obesidade. Segundo ele, a autarquia deve elaborar, em até 60 dias, uma norma para regular o uso dos anorexígenos. A ideia é ter critérios rígidos, como doses máximas, riscos de associações entre medicamentos e pacientes para os quais são indicadas.

O documento também deve trazer incentivo ao tratamento conjunto com iniciativas de reeducação alimentar e prática de exercícios físicos e veto ao uso simultâneo de mais de um inibidor de apetite.

"Já sabemos que devem ser usadas como monodrogas, ou drogas únicas", afirma. "O uso do inibidor dificilmente traz problemas, o que traz problemas é o abuso. Precisamos de uma norma bem estabelecida. O uso com prescrição médica, com doses adequadas, só vai fazer bem", completa.

Alexandre Hohl, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) diz que o caminho adotado "não foi o melhor" e que "a sociedade perdeu com isso". Mas, segundo ele, a raiz do problema é a proibição da Anvisa: "Tiraram a possibilidade de uso de medicamentos que, em casos específicos, poderiam ajudar."

Segundo ele, estudos amplos não devem ser realizados, por serem muito demorados e caros ("dezenas de milhões de dólares") para drogas sem patente –de baixo custo e lucratividade, portanto. 

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