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Nódulos de tireoide em idosos

Nódulos de tireoide sempre assustam as pessoas. Apesar de a maioria dos nódulos ser benigna, o resultado do ultrassom com nódulos deixa o indivíduo apreensivo até a consulta com o endocrinologista. 

As características do nódulo ao ultrassom conseguem guiar o médico quanto ao risco maior ou menor de malignidade, e a grande maioria dos casos necessita apenas de acompanhamento com ultrassom anual, sem tratamento cirúrgico. 

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Em idosos, essa conduta deve ser ainda mais conservadora. Idosos acima de 70 anos, em geral, já apresentam outras comorbidades mais graves, como doenças do coração, diabetes, pressão alta, ou mesmo cânceres de outros órgãos, o que pode ser limitante para um procedimento cirúrgico.

Um estudo com idosos acima de 70 anos que apresentavam nódulos de tireoide mostrou que, quando os nódulos são mais agressivos, essas características já podem ser vistas ao ultrassom. Nesses casos, a cirurgia é, sim, indicada, para evitar complicações maiores do câncer de tireoide. Mas, em nódulos sem características de malignidade ao ultrassom ou com resultado da punção indeterminada, pode-se optar por um tratamento não cirúrgico, considerando que o câncer de tireoide não agressivo é uma doença de evolução muito lenta e a cirurgia pode ser um risco para pacientes com outras comorbidades.

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Nódulos de tireoide

Os nódulos de tireoide têm se tornado muito frequentes nos últimos anos. Pela palpação da tireoide, apenas 4 a 8% dos nódulos são identificáveis, mas, em exames de ultrassonografia (USG), até 67% da população apresenta nódulos.

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A maioria dos nódulos de tireoide é benigna. A incidência de câncer de tireoide em pacientes com nódulos, independente de quantos estão presentes e se o nódulo foi palpável ou não, é de 9 a 13%.

Mas, alguns fatores na história do paciente ou exame físico sugerem maior risco de malignidade:

- história de radioterapia na cabeça ou pescoço

- história de radioterapia para transplante de medula óssea

- história familiar de câncer de tireoide

- exposição a alguma radiação ionizante

- crescimento rápido do nódulo ou rouquidão (o nódulo pode acometer o nervo da corda vocal e causar rouquidão)

- linfonodos aumentados na região cervical lateral (região que drena a tireoide, pode ter metástases do câncer)

- nódulo não móvel à deglutição (isso indica que ele está fixo aos tecidos ao redor, mais agressivo)


Algumas características do nódulo à USG também podem ser indicativos de nódulos malignos:

- presença de microcalcificações

- nódulos hipoecogênicos

- ausência de halo ao redor do nódulo

- vascularização aumentada no centro do nódulo, ao doppler

- margens irregulares e pouco definidas

- nódulo maior que 1 cm, principalmente se maior na altura que comprimento

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E o que fazer agora que tenho nódulos na tireoide?

Os nódulos menores que 1 cm sem outras características sugestivas de malignidade na história, exame físico ou USG, não precisam ser investigados. Uma pessoa pode ter o nódulo na tireoide para sempre, sem que isso acarrete comprometimento de qualquer função do organsimo.

Mas, se há qualquer outra característica que leve a pensar em malignidade, deve ser feita a punção do nódulo (PAAF - punção aspirativa por agulha fina). A punção é o exame que retira uma porção do nódulo para ser analisada microscopicamente e possibilitar a definição diagnóstica, como uma biópsia.

Feita a punção e a análise das células, muitos resultados são possíveis. A conduta a ser tomada depende desse resultado.

1. não diagnóstico ou insatisfatório - o nódulo pode ter poucas células, que não foram suficientes para análise adequada; ou o médico que realizou o exame não conseguiu fazê-lo adequadamente. Nesse caso, o exame deve ser repetido.

2. nódulo benigno

3. atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado - o nódulo folicular é o único que não pode ser definido se maligno ou benigno pela PAAF. O que determina a benignidade é o tipo de cápsula do nódulo, que pode ser vista macroscopicamente. Ou seja, o paciente deve ser submetido a cirurgia e, durante o ato cirúrgico, a cápsula é analisada e o nódulo definido como benigno ou maligno

4. suspeito para malignidade - o risco é muito alto de ser um nódulo maligno e o paciente deve ser operado

5. nódulo maligno - trtatamento definitivamente cirúrgico

Atualmente, estão disponíveis testes moleculares para ajudar na avaliação de risco de malignidade do nódulo. Eles são indicados, principalmente, no caso de resultado como o item 3 acima (atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado). O teste pode indicar maior probabilidade de o nódulo ser maligno ou benigno pela presença de mutações genéticas. O resultado positivo do teste indica malignidade, mas o resultado negativo não afasta.

 

Qual o tratamento para os nódulos de tireoide?

Não há medicamentos para os nódulos de tireoide.

Se o paciente tem um nódulo benigno, nada precisa ser feito. Apenas seguimento com USG anual. Se o nódulo não crescer durante o seguimento, não é necessário mais nenhum exame. Mas, se o nódulo apresentar um crescimento maior ou igual a 20% em um ano, uma nova PAAF deve ser feita para garantir que o nódulo é benigno mesmo. Um nódulo benigno não vira maligno. Mas, raramente, pode ter ocorrido um erro na análise inicial e o nódulo não ser verdadeiramente benigno.

O nódulo maligno é o câncer de tireoide e deve ser sempre operado e seguido com muito cuidado, para evitar metástases ou recidivas. Para saber mais sobre o câncer de tireoide, clique aqui.

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Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli

Câncer de tireoide

Os nódulos de tireoide e o câncer de tireoide estão se tornando doenças cada vez mais comuns. Ainda não se sabe o que, exatamente, tem causado o aumento da incidência, mas o maior acesso a exames de imagem pode ser um fator. Hoje em dia, a maioria das mulheres já fez um ultrassom de tireoide "de rotina" e, nesse exame, pode ser encontrado um nódulo nunca antes percebido.

O câncer da tireoide é considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço e é três vezes mais freqüente no sexo feminino (1,3% a 3% das mulheres).

Existem vários tipos de câncer de tireoide e os chamados carcinomas diferenciados são os mais freqüentes. Dentre eles existem o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular e o carcinoma de células de Hürthle. Entre os carcinomas pouco diferenciados temos carcinomas medulares e os carcinomas indiferenciados.

Sintomas

A presença de um nódulo na tireoide não é indicação da presença de um câncer. Aproximadamente 95% dos nódulos de tireoide são benignos e não requerem tratamento, apenas acompanhamento clínico.

Mas alguns fatores aumentam o risco de um nódulo ser maligno: pacientes com história de irradiação prévia do pescoço, história familiar de câncer da tireoide, nódulo associado a gânglios linfáticos aumentados no pescoço, associado a rouquidão ou nódulo de crescimento rápido. Algumas vezes, nenhum desses fatores está presente.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com o ultrassom associado a punção do nódulo e análise microscópica das células.

Algumas vezes, o resultado da punção pode ser não diagnóstico (poucas células no material para análise) ou inconclusivo (a análise não permite confirmar a benignidade ou malignidade do nódulo). Nesses casos, pode ser indicada nova punção ou acompanhamento com ultrassom em 3 a 6 meses, dependendo das características do nódulo.

Tratamento

O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia total ou parcial (em casos indicados) é o tratamento de escolha. O tratamento deve ser complementado com iodo radioativo na maioria dos casos de carcinoma papilífero e folicular.

O iodo radioativo "queima" as células da tireoide que possam ter sobrado após a cirurgia, minimizando o risco de ressurgimento do câncer. Ele tem atração pela tireoide, não ataca outros órgãos do organismo. 

Após a cirurgia, o paciente necessitará repôr o hormônio tireoideano eternamente.

Seguimento

Pacientes com câncer de tireoide não podem perder o acompanhamento médico. Esse câncer é relativamente benigno, mas pode haver metástases e reincidência do câncer em casos graves ou sem tratamento adequado.

 

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