O que é obesidade?
Você sabe definir obesidade?
A comparação é a rainha da infelicidade e as mídias sociais escancaram isso ainda mais. Achar que tem que ficar com o corpo das blogueiras aumenta a busca por tratamentos para perda de peso.
Mas obesidade não é querer caber no biquini sem que a barriga faça dobras. (É impossível se sentar e isso não acontecer!) É uma doença crônica e grave.
Obesidade é o excesso de tecido adiposo em todo o corpo, gordura periférica e visceral, que pode causar uma inflamação em todo o organismo e provocar muitas outras doenças.
A definição de obesidade é o índice de massa corpórea (IMC) maior do que 30kg/cm2. Essa conta é feita dividindo o peso (em Kg) pelo quadrado da altura (em cm). Entre 25 e 29,9, temos o sobrepeso.
A obesidade tem muitas causas diferentes. Tem influência genética, dos hábitos, uso de medicamentos, fatores ambientais.
A boa notícia é que ela tem tratamento!!! Seja com medicamentos ou com a cirurgia bariátrica, há como perder peso.
Lembrando que, sem uma melhora dos hábitos em geral, é muito difícil manter-se sem o peso perdido.
Comer bem, fazer exercício, dormir bem, controlar o estresse são essenciais para perder peso e para ficar sem ele depois.
Procure sempre um médico que trate a obesidade com respeito e que possa te ajudar a perder o peso e a manter-se sem ele também!
Quanto de peso preciso perder para melhorar minha saúde?
Sabemos que a obesidade é um fator de risco para muitas doenças e, inclusive para infecção grave por COVID.
💯A notícia boa é que pequenas perdas de peso já trazem benefícios!!!
📉Você não precisa chegar ao seu peso ideal para ter saúde. Uma pessoa obesa que perca ao redor de 5% do seu peso, por exemplo, que tinha 120kg e agora está com 114kg, tem mais saúde do que alguém de 114kg e que nunca perdeu peso.
🏊🏼♀️E, mesmo sem perda de peso, pessoas obesas que têm uma alimentação saudável (como a dieta mediterrânea) e que fazem atividade física regular são mais saudáveis do que obesos sedentários e com uma alimentação pobre em vegetais, frutas e com muitos ultraprocessados.
🍓Nessa época difícil de incertezas pelo COVID, a melhor coisa que você pode fazer pela sua saúde é fazer atividade física, comer mais legumes e frutas e, se possível, perder peso.
Obesidade é doença crônica
A obesidade é uma epidemia mundial e o mesmo acontece no Brasil. Em 2018, 55% da população tinha excesso de peso, sendo que 20% dos brasileiros tinham obesidade. De 2006 a 2018, a porcentagem de pessoas obesas aumentou 68% no Brasil e esses números continuam crescendo.
A obesidade é uma doença causada por inúmeros fatores. Há influência genética, influência do estilo de vida moderno (mais alimentos ultraprocessados, menos gasto de energia durante o dia, menos atividades de lazer que gastem energia), influência do ambiente (até o uso constante do ar condicionado pode interferir), privação de sono, uso de determinados medicamentos, composição das bactérias intestinais (essas também influenciadas por mais um monte de fatores), etc
O que preocupa no aumento da obesidade são as complicações que vem acompanhadas com ela. Diabetes, pressão alta, insuficiência renal, infarto, derrame, artrose, depressão, cânceres de vários tipos e muitas outras doenças são consequências do peso excessivo.
Medidas de melhora do estilo de vida são essenciais para o controle e manutenção do peso. Melhorar a alimentação, fazer atividade física regular, dormir bem, diminuir o consumo de álcool são os pontos principais que devem ser abordados por qualquer médico que atenda um paciente com excesso de peso.
Muitas vezes é necessário o uso de medicamentos e outras estratégias para que haja perda de peso. Obesidade é uma doença crônica e, como tal, merece um tratamento adequado, a longo prazo e por especialistas.
Os medicamentos para obesidade provocam reações extremas nas pessoas. A maioria acha que não se deve usar medicamentos para perda de peso em pessoas obesas, que precisam delas assim como hipertensos precisam de anti-hipertensivos. Por outro lado, muitas pessoas chegam ao consultório querendo tomar um medicamento para emagrecer quando precisam perder poucos quilos.
Mas esse preconceito contra os medicamentos atrapalha a busca dos pacientes pelo tratamento adequado... pacientes, médicos não especialistas em obesidade, outros profissionais de saúde e agências que regulam os medicamentos são contra o tratamento e acabam impedindo que muitas pessoas possam perder o peso que precisam.
Assim como qualquer outro medicamento, os medicamentos anti-obesidade devem ser usados por pessoas que tenham indicação de uso, que não tenham contraindicações e o tratamento deve ser SEMPRE acompanhado por um médico especialista.
As opções de medicamentos para tratamento são poucas, mas podem ser muito eficazes, quando associadas à melhora da alimentação, atividade física, sono e com um tratamento a longo prazo. Como eu disse, obesidade é doença crônica e, portanto, o tratamento deve ser mantido por muito tempo.
Se você tem obesidade ou sobrepeso, não espere para tratar. Procure um endocrinologista.
Sua dieta deve permitir suas preferências e tradições
Você não precisa fazer uma dieta específica para ter uma vida saudável, basta ter uma dieta saudável.
A avaliação de 3 grandes estudos, que duraram 32 anos e avaliaram ao redor de 200 mil pessoas, mostrou que padrões alimentares saudáveis e consistentes foram associados a menor risco de doenças cardiovasculares, como infarto, derrame, tromboses.
Foram avaliados 4 padrões alimentares diferentes, mas sempre incluindo grãos integrais, muitos vegetais (legumes, verduras e frutas), castanhas e sementes, com ou sem proteína animal e com mínimo consumo de alimentos processados ou ultraprocessados e açúcares. E cada grupo tinha suas tradições e preferências.
Isso quer dizer que levar uma alimentação predominantemente saudável e equilibrada é mais saudável do que fazer dietas da moda e super restritivas. Essas dietas podem ter resultado rápido na perda de peso, mas o mais sustentável a longo prazo é encontrar uma alimentação que você consiga manter (quase) sempre e te traga prazer e saúde.
Além disso, está sendo realizado agora um grande estudo para avaliar se a dieta mediterrânea, além do benefício cardiovascular, pode também trazer perda de peso. Resultados preliminares mostraram que também pode haver perda de peso!
Diminuir carboidratos de manhã ajuda a perder peso
Um estudo grego, onde a dieta mediterrânea faz parte da cultura local, mostrou que associar esse tipo de alimentação a menor quantidade de carboidratos no café da manhã levou a menor IMC, maior perda de peso e gordura corporal e menor circunferência abdominal, comparado à dieta mediterrânea tradicional.
Os dois grupos (dieta mediterrânea e dieta mediterrânea com restrição de carboidratos de manhã) tiveram o mesmo efeito no controle da glicemia em pacientes com sobrepeso e obesidade, mas o grupo com restrição de carboidratos teve uma discreta redução do HDL -colesterol (colesterol bom).
As dietas com restrição de carboidratos já são conhecidas pela rápida perda de peso e melhora de fatores de risco cardiovascular e esteatose hepática, além de muitos estudos associarem-na com melhora do controle do diabetes.
Teoricamente, a explicação seria que, durante a noite, há diminuição dos níveis de insulina circulando, o que aumenta a retirada de gordura do tecido adiposo. De manhã, há maior produção de insulina e o carboidrato é rapidamente utilizado e o excesso, armazenado no tecido adiposo. Se não houver consumo de carboidratos no café da manhã, não há armazenamento no tecido adiposo. Portanto, seria interessante deixar os carboidratos para o almoço e outras refeições depois do almoço.
Ainda não é possível definir se os efeitos da dieta no peso são suficientes para compensar a queda no HDL. Mais estudos são necessários.
- 2021
- Adoçante
- Adrenal
- Alimentação saudável
- Amamentação
- Anabolizantes
- Anfetaminas
- Anorexia
- Apneia
- Atividade física
- BPA
- Bactérias intestinais
- Bulimia
- Bócio
- Carboidratos
- Cirurgia bariátrica
- Colesterol
- Contagem de carboidratos
- Cortisol
- Cálcio
- Câncer de tireoide
- DGHA
- DM2
- Diabetes
- Dieta
- Estrógeno
- GH
- Gestação
- Hashimoto
- Hiperparatireoidismo
- Hipertensão arterial
- Hipertireoidismo
- Hipoglicemia
- Hipotireoidismo
- Hipófise
- Hormônios bioidênticos
- Hábitos saudáveis
- Insulina
- Lipodistrofias
- NASH
- Nódulos de tireoide
- Obesidade
- Obesidade infantil
- Ocitocina
- Osteoporose
- Perda de peso
- Progesterona
- Prolactina
- Prolactinoma
- Pronokal