O que eu posso ou não posso comer para melhorar minha tireoide?

Essa pergunta é comum no consultório.

A principal causa de alterações na tireoide é a doença autoimune, ou seja, o corpo produz anticorpos contra a tireoide, que podem fazê-la funcionar a mais ou a menos. 

Infelizmente, não há nenhuma evidência comprovada de que a dieta possa interferir na doença autoimune da tireoide. Mas, provavelmente, quanto menos inflamatória a dieta e o estilo de vida, melhor.

Optar por menos ultraprocessados, carne vermelha, açúcar e mais vegetais e grãos integrais diminui inflamações crônicas do nosso corpo. Fazer atividade física regular, dormir bem, controlar o estresse e evitar cigarro, drogas e álcool em excesso também são importantes.

Os nutrientes e alimentos mais relacionados à tireoide são:

1.Iodo

A produção de hormônios da tireoide precisa do iodo. Mas já temos iodo suficiente no sal de cozinha e frutos do mar. Não há necessidade de repôr iodo, apenas para gestantes em regiões não suficientes em iodo (o Brasil é suficiente). 

Tanto a falta quanto o excesso de iodo podem desencadear alterações da tireoide.

Importante: o sal do Himalaia não tem iodo e não deve ser usado para a cozinha do dia a dia. 

2. Crucíferas (brócolis, repolho, couve flor, couve)

Esses vegetais em excesso podem alterar a produção de hormônios da tireoide. A quantidade diária que comemos desses vegetais não é suficiente para alterar.

Mas, cuidado, um estudo com suco verde 2x ao dia por 7 dias seguidos mostrou uma tireoide funcionando discretamente menos. 

3. Soja

A soja tem isoflavonas, que poderiam, teoricamente, diminuir a produção do hormônio da tireoide, quando em excesso. Mas não houve alteração na prática. Não há necessidade de evitar a soja, nem se você já tiver alguma alteração na tireoide. 

4. Selênio

Está presente nos frutos do mar, vísceras, ovos e grãos. No Brasil, está presente na castanha do Pará. 2 castanhas ao dia podem melhorar a autoimunidade da tireoide e a oftalmopatia de Graves (hipertireoidismo).

Mas o excesso de selênio pode intoxicar, não suplemente por conta própria!

5. Glúten

Pessoas com doença celíaca podem ter mais doença da tireoide que o resto da população. Mas tirar o glúten de quem não tem doença celíaca não muda o funcionamento da tireoide.

A melhor maneira de tentar manter toda a sua saúde em dia é com uma alimentação equilibrada, atividade física regular, sono de qualidade, controle do estresse, bons relacionamentos e sem fumar e usar drogas. 

Nódulos de tireoide em idosos

Nódulos de tireoide sempre assustam as pessoas. Apesar de a maioria dos nódulos ser benigna, o resultado do ultrassom com nódulos deixa o indivíduo apreensivo até a consulta com o endocrinologista. 

As características do nódulo ao ultrassom conseguem guiar o médico quanto ao risco maior ou menor de malignidade, e a grande maioria dos casos necessita apenas de acompanhamento com ultrassom anual, sem tratamento cirúrgico. 

Em idosos, essa conduta deve ser ainda mais conservadora. Idosos acima de 70 anos, em geral, já apresentam outras comorbidades mais graves, como doenças do coração, diabetes, pressão alta, ou mesmo cânceres de outros órgãos, o que pode ser limitante para um procedimento cirúrgico.

Um estudo com idosos acima de 70 anos que apresentavam nódulos de tireoide mostrou que, quando os nódulos são mais agressivos, essas características já podem ser vistas ao ultrassom. Nesses casos, a cirurgia é, sim, indicada, para evitar complicações maiores do câncer de tireoide. Mas, em nódulos sem características de malignidade ao ultrassom ou com resultado da punção indeterminada, pode-se optar por um tratamento não cirúrgico, considerando que o câncer de tireoide não agressivo é uma doença de evolução muito lenta e a cirurgia pode ser um risco para pacientes com outras comorbidades.