Hipotireoidismo
O que é o hipotireoidismo?
Hipotireoidismo é a doença em que há diminuição da produção de hormônios da tireoide (T3 – triiodotironina – e T4 – tiroxina).
A tireoide produz os hormônios T3 e T4 sob estímulo do hormônio TSH (hormônio tireoestimulante), produzido na glândula hipófise, que fica no cérebro. Por sua vez, o TSH depende do estímulo do TRH (tireotropina), produzido no hipotálamo, em outra região do cérebro. E o T3 e T4 produzidos na tireoide caem na corrente sanguínea e agem em inúmeros órgãos do corpo, modulando suas ações.
Quais as causas do hipotireoidismo?
O hipotireoidismo pode ser causado por diminuição da produção de hormônios pela própria tireoide (hipotireoidismo primário), por diminuição da produção de TSH (hipotireoidismo secundário) ou de TRH (hipotireoidismo terciário).
Os hipotireoidismos secundário e terciário são raros. Já o primário é cada vez mais comum, provavelmente pela maior realização de exames para avaliar a tireoide.
A causa mais comum de hipotireoidismo primário é a tireoidite de Hashimoto, uma doença autoimune, ou seja, em que o próprio organismo produz anticorpos que atacam a tireoide, fazendo-a diminuir a produção de hormônios. Mas existem outras causas menos comuns:
- deficiência de iodo (o iodo é essencial para a produção de T3 e T4)
- uso de medicações que alteram a produção de T3 e T4 (lítio, iodeto, medicamentos para hipertireoidismo, citocinas, amiodarona)
- doenças como amiloidose, hemocromatose, sarcoidose, etc
- após procedimentos como cirurgia para retirada da tireoide, iodoterapia, radioterapia para outras doenças na região do pescoço
- hipotireoidismo congênito (diagnosticado pelo teste do pezinho)
- etc
Quais são os sintomas do hipotireoidismo?
O hipotireoidismo pode afetar todos os órgãos do nosso corpo. Geralmente, os sintomas iniciam-se muito lentamente e pode levar anos até que o diagnóstico seja feito, sendo descoberto por exames de rotina.
Os sintomas mais comuns estão relacionados abaixo, com a frequência com que ocorrem:
- fraqueza (99%)
- alterações cutâneas (99%)
- pele seca (97%)
- letargia (91%)
- fala lenta (91%)
- edema palpebral (90%)
- frio (89%)
- edema de face (79%)
- palidez (67%)
- esquecimento (66%)
- constipação (61%)
- ganho de peso (59%)
- edema (55%)
- anorexia (52%)
Pode haver, ainda, irregularidade menstrual em mulheres e alterações nos níveis de colesterol, com aumento do LDL (colesterol ruim).
Como é feito o diagnóstico do hipotireoidismo?
O diagnóstico do hipotireoidismo primário é feito pela dosagem abaixo do normal do T4, com TSH elevado. O T3 tem pouco valor para diagnóstico.
A primeira alteração que ocorre é a elevação do TSH, pois é a resposta da hipófise frente à menor produção dos hormônios tireoideanos. O cérebro tenta compensar a menor produção tireoideana, aumentando o estímulo. Quando apenas o TSH está elevado, com T4 normal, temos o chamado hipotireoidismo subclínico. Mas os hormônios devem ser reavaliados em 3 a 6 meses, na busca de uma evolução para o hipotireoidismo franco.
Apenas a fração livre do T4 é usada para o diagnóstico (T4L). O T4 total não tem valor, pois reflete a fração livre, que age nos órgãos alvo, mais a porção ligada a proteínas carreadoras, que não está agindo no momento. E a alteração das proteínas carreadoras pode alterar o valor do T4 total sem que seja realmente um hipotireoidismo, como ocorre na vigência de doenças crônicas ou quando há ingestão calórica insuficiente.
Além das alterações do T4L e TSH, pode-se dosar os autoanticorpos para diagnóstico da tireoidite de Hashimoto. Há aumento nos valores de antiTPO e antiTg. O valor acima do valor de referência define a doença autoimune, mas não importa se está um pouco aumentado ou muito aumentado; o valor dos anticorpos não define o tratamento.
Na existência da doença autoimune, também haverá alteração na ultrassonografia da tireoide, com presença de ecotextura heterogênea. Mas, mais uma vez, isso não define o tratamento, apenas indica qual a causa do problema.
No caso de hipotireoidismo secundário ou terciário, além dos baixos níveis de T4L, também há diminuição do TSH, já que a hipófise não produz o hormônio adequadamente.
Qual é o tratamento para o hipotireoidismo?
O tratamento para o hipotireoidismo é feito com reposição do hormônio, a levotiroxina. A dose média para adultos é ao redor de 1,0 a 1,5mcg/kg/dia, mas cada paciente deve ter sua dose individualizada.
O medicamento deve ser tomado sempre em jejum, 30 minutos antes de qualquer alimento ou líquido que não água, pois a absorção da droga é muito pequena. E deve-se evitar a administração junto com outros medicamentos.
O objetivo do tratamento é manter os níveis de TSH entre 0,5 e 2,5mU/dl e o T4L dentro dos valores normais, além da melhora dos sintomas.
Diabetes mellitus
O que é o diabetes mellitus?
O diabetes mellitus (DM) é um grupo de doenças metabólicas caracterizado por uma secreção deficiente de insulina e/ou uma resistência à ação da insulina. Como conseqüência, há hiperglicemia (excesso de glicose no sangue), que causa inúmeros danos ao organismo, principalmente olhos, rins, coração e nervos.
O DM é um importante problema de saúde pública, em todo o mundo. Estima-se que existiam 239 milhões de diabéticos em 2010, e esse número vem crescendo progressivamente, em função do envelhecimento populacional e, sobretudo, da obesidade e sedentarismo. O aumento é observado, principalmente, em adultos e idosos, mas também vem ocorrendo entre crianças e adolescentes.
Essa doença representa uma enorme carga para os sistemas de saúde, por levar a maiores índices de hospitalização, maior necessidade de cuidados médicos, maior incidência de doenças cardiovasculares (infarto, derrame), cegueira, insuficiência renal e amputações.
Quais são os tipos de diabetes?
O DM pode ser classificado em:
1. DM tipo 1 (DM1) – o pâncreas passa a não produzir insulina, essencial para o metabolismo adequado da glicose (para saber mais sobre a insulina, clique aqui)
O diagnóstico é mais comum em crianças, mas pode aparecer em adultos jovens. Em geral, o diagnóstico é feito após um quadro rápido e grave de emagrecimento, sede excessiva, urina excessiva e mal estar.
Esse tipo de diabetes é sempre tratado com injeções de insulina, desde o início.
Não é comum a associação com outros casos de diabetes na família.
2. DM tipo 2 (DM2) – o organismo ainda produz insulina, mas o paciente apresenta resistência à sua ação, geralmente devido à obesidade. Ou seja, o organismo produz insulina, mas não o suficiente para o “tamanho” do corpo.
É mais comum em adultos e idosos, mas tem sido cada vez mais freqüente em crianças e adolescentes obesos.
Em geral, o diagnóstico é feito ao acaso, em exames de rotina, e o paciente permanece sem sintomas até que as complicações apareçam. Quando o diagnóstico é feito, geralmente os pacientes já apresentam a doença há 5 anos ou mais.
O tratamento é feito com medicamentos via oral ou outros injetáveis que não insulina, mas, se não for bem tratado, vai necessitar de insulina após alguns anos.
O DM2 tem importante história familiar. Há alto risco de desenvolver diabetes nos filhos de diabéticos tipo 2.
3. Diabetes mellitus gestacional (DMG) – DM diagnosticado durante a gestação. O DMG pode trazer complicações para a mãe e o feto, com maior risco de aborto e complicações no parto, principalmente pelo tamanho exagerado dos bebês, e maior chance de o bebê apresentar hipoglicemia após no nascimento.
Pode ser tratado apenas com dieta e atividade física, mas, se for necessário o uso de medicações, o mais indicado é o uso de insulina.
Não aumenta o risco de malformações fetais como no caso de mulheres previamente diabéticas que engravidam. Mas aumenta muito a chance de a mulher se tornar diabética ao longo da vida.
4. Outros tipos mais raros
LADA (Latent autoimmune diabetes of adults) – tem a mesma causa do DM1, mas aparece em adultos jovens, magros, com muitos parentes afetados. Pode ser tratado com medicações via oral no início, mas evolui para o não funcionamento total do pâncreas em 6 a 12 meses, sendo necessário o uso de insulina.
Diabetes monogênico – MODY (maturity onset diabetes of the young) – tem vários subtipos, com diferentes graus de hiperglicemia e complicações associadas. É um tipo muito específico de diabetes, com forte relação genética. Há poucas famílias descritas com essa doença em todo o mundo.
5. DM secundário – causado pelo uso de algum medicamento que aumente a glicemia ou que cause resistência à ação da insulina, como os corticóides, medicamentos para pacientes com transplantes de órgãos, alguns anticoncepcionais, anti-hipertensivos, medicamentos psiquiátricos, etc.
O que é pré-diabetes?
Os pacientes com DM2 podem apresentar graves complicações em pequenas e grandes veias e artérias do organismo, levando a cegueira, insuficiência renal com necessidade de diálise, amputações de dedos, pés ou pernas, infarto, derrame, além de outras complicações.
Para que esses problemas possam ser evitados, passou-se a tentar identificar indivíduos de maior risco de desenvolver diabetes, os chamados pré-diabéticos.
As alterações na glicemia (glicose circulante na corrente sanguínea) podem ser vistas anos antes do diagnóstico do DM2. Os valores normais de glicemia de jejum são até 99mg/dl e o DM2 é diagnosticado com valores iguais ou maiores que 126mg/dl. Entre 100 e 125mg/dl, o paciente apresenta uma fase do pré-diabetes, denominada glicemia de jejum alterada (GJA).
Além da GJA, o paciente pode apresentar, também, a glicemia elevada após as refeições. A insulina é o hormônio responsável pela entrada da glicose nas células quando comemos. Se há resistência à ação da insulina, a glicose fica no sangue por mais tempo do que deveria, mantendo a glicemia elevada após a refeição. Um indivíduo sem diabetes tem valores de glicemia 2 horas após a refeição menores que 140mg/dl. No diabetes, os valores são de 200mg/dl ou mais. Se a glicemia está entre 140 e 199mg/dl, temos outra fase do pré-diabetes, chamada de intolerância à glicose (IG).
Esse diagnóstico é feito por um exame chamado TTOG (ou GT T, em inglês) – teste de tolerância oral à glicose. O paciente tem sua glicemia dosada em jejum, ingere um líquido com 75g de glicose e tem sua glicemia reavaliada após 2 horas.
Indivíduos com GJA e IG têm o dobro de chance de desenvolver diabetes se comparados a indivíduos com apenas uma alteração.
Quais são os sintomas do diabetes?
O tipo de DM que mais comumente apresenta sintomas é o tipo 1 (DM1). Em geral, o diabetes tipo 2 (DM2) e o diabetes gestacional são diagnosticados em exames de rotina, em pacientes assintomáticos. Mas, em quadros graves, apresentam os mesmos sintomas do DM1. O LADA se apresenta da mesma maneira que o DM1.
Os sintomas mais comuns são:
- emagrecimento rápido, mesmo com fome excessiva
- sede excessiva
- urina excessiva
- infecções freqüentes
- tontura
Geralmente, esses sintomas se iniciam após algum quadro de infecção, como pneumonia, infecção de urina, etc.
Em pacientes com DM2, se os níveis da glicose subirem rapidamente, por uma infecção, situação de estresse ou por comer algum alimento não indicado, pode haver tontura, mal estar, vômitos.
Como evitar o surgimento do diabetes?
Para evitar o diabetes, é importante conhecermos os fatores que aumentam o risco dessa doença.
Mas, devemos lembrar que apenas o DM2 pode ser evitado. O DM1, LADA e MODY têm pouca influência dos fatores ambientais no seu surgimento. São doenças determinadas geneticamente, há pouco o que se fazer para que elas não apareçam.
O DM2 também é determinado geneticamente, mas é uma doença chamada multifatorial. Além de ser determinada por muitos genes diferentes, precisa de influências ambientais para se desenvolver. Ou seja, você pode fazer parte de uma família de diabéticos, mas se mantiver cuidados adequados, pode não ser um deles!
Os fatores de risco principais para o DM2 são:
· sobrepeso/ obesidade
· sedentarismo
· dieta inadequada (excesso de carboidratos, gorduras, refrigerantes, falta de cereais integrais, frutas, verduras)
· tabagismo
· etnia não-branca
· antecedente de síndrome dos ovários policísticos (SOP)
· antecedente de hipertensão arterial (HAS) e/ ou dislipidemia (alteração do colesterol)
· ter tido um bebê muito grande para a idade gestacional (em geral, maior que 4kg)
· alteração da glicemia de jejum ou após 2h em exames anteriores
· ser filho ou irmão de alguém com DM2
A obesidade é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do DM2. Além de diminuir a sensibilidade das células à insulina, diminui a percepção do pâncreas do nível de glicemia e ele produz menos insulina.
A associação do excesso de peso (ou circunferência abdominal aumentada) com alteração do colesterol, glicemia e pressão arterial caracteriza a síndrome metabólica. Dos pacientes que desenvolvem diabetes, metade apresenta a síndrome metabólica.
A genética é um fator muito importante. O risco de um parente de primeiro grau de diabético desenvolver DM2 é 5-10 vezes maior do que em indivíduos sem história familiar.
A prevenção ou, pelo menos, o atraso no surgimento do diabetes dependem de mudanças do estilo de vida. Perder peso (5 a 10% do peso original) ou mantê-lo normal e fazer atividade física regular têm mais benefícios na prevenção da doença do que o uso de medicamentos. E os efeitos benéficos dessas intervenções persistem por anos, se mantidas.
Além de diminuir o risco do DM2, as melhoras no estilo de vida também têm efeitos favoráveis na pressão arterial e nos níveis de colesterol, com melhora da qualidade de vida.
Qual o tratamento para o diabetes?
O tratamento do diabetes (DM) depende de três pontos: dieta adequada, atividade física e medicamentos. Um paciente diabético que não cuida da alimentação não está fazendo seu tratamento corretamente e tem alto risco de desenvolver graves complicações.
O DM é uma doença progressiva, ou seja, a alteração do funcionamento da insulina piora progressivamente. E depende do paciente determinar se essa piora vai ser lenta ou rápida. Quanto mais rápida a piora, mais cedo aparecem as complicações. O paciente que faz o tratamento adequadamente pode não ter nenhuma complicação durante toda a sua vida.
1. Alimentação
A alimentação correta do paciente com DM deveria ser seguida por todas as pessoas que querem cuidar de sua saúde. As principais orientações são:
Comer pouco em cada refeição, em intervalos de 3 horas
Comer alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais. As fibras ajudam a lentificar a absorção dos nutrientes do intestino para a corrente sanguínea, melhorando o efeito da insulina. Além disso, ajudam no funcionamento do trânsito intestinal.
Não misturar diferentes tipos de carboidratos na mesma refeição (pão, arroz, macarrão, batata, etc)
Evitar comidas gordurosas, frituras, molhos cremosos. O óleo deve ser usado na menor quantidade possível. Para cada três pessoas em uma família, deve ser usada, no máximo, uma lata de óleo ao mês.
As frutas também têm seu açúcar. O ideal é comer três frutas ao longo do dia. Preferir a fruta ao suco, mesmo que natural.
Evitar doces e açúcar.
Mastigar devagar.
2. Atividade física
Assim como todas as outras pessoas, os pacientes diabéticos devem fazer atividade física regular. O ideal é fazer, pelo menos, 30 minutos de atividade ao dia, pelo menos, três vezes por semana.
Para melhora do diabetes, colesterol, pressão alta, várias pequenas caminhadas ao dia de 5 ou 10 minutos são eficazes. Mas, para perder peso, o esforço deve ser mantido por, pelo menos, 30 minutos contínuos.
3. Medicamentos
Existem muitos tipos de medicamentos para o tratamento do diabetes, com diferentes ações. Eles podem aumentar a produção de insulina, diminuir a resistência à ação da insulina em tecidos como fígado ou tecido adiposo, estimular a produção de hormônios que melhoram a ação da insulina, além da própria insulina injetável.
No início, geralmente é possível manter um controle adequado com um medicamento apenas. Mas, com a evolução da doença, é comum o uso de vários medicamentos de classes diferentes.
O tratamento sempre deve ser individualizado para cada paciente, orientado por um endocrinologista.
Vitamina D
A vitamina D
A vitamina D tem sido um tema cada vez mais discutido. A deficiência da vitamina tem se tornado muito comum em todo o mundo e suas consequências estão sendo muito estudadas.
Apesar de ser chamada de vitamina, ela é um hormônio, e é indispensável para o equilíbrio nutricional e metabolismo ósseo. Nos últimos anos, tem sido relacionada também à prevenção de câncer, infecções, obesidade, hipertensão, etc.
Como é produzida a vitamina D?
A vitamina D é produzida na pele, a partir da ação dos raios solares ultravioletas. A luz solar converte a pró-vitamina D3 em pré-vitamina D3, que cai na corrente sanguínea e sofre outras reações no fígado e rim, sendo, finalmente, transformada na vitamina D ativa, chamada calcitriol.
A produção da vitamina atinge seu pico após 30 a 60 dias de exposição ao sol do verão.
Além disso, alguns alimentos também são fonte de vitamina D:
- Óleo de fígado de peixes
- Peixes de água salgada (salmão, sardinha, arenque)
- Gema de ovo
- Leite e derivados
Veja a quantidade de vitamina D nos alimentos:
As recomendações de ingestão de vitamina D estão indicadas na tabela abaixo:
Quais as consequências da falta de vitamina D?
O nível ideal de vitamina D no sangue é acima de 30ng/ml. Abaixo de 20ng/ml, há aumento do paratormônio (PTH), hormônio que regula a entrada e saída de cálcio dos ossos, levando a diminuição da massa óssea, com osteopenia/ osteoporose e fraturas.
Em crianças, a deficiência de vitamina D altera a formação dos ossos e o crescimento, causando o chamado raquitismo.
A deficiência de vitamina D também causa fraqueza e dor muscular, podendo estar associada a aumento de quedas em idosos.
Outra ação da vitamina D muito estudada nos últimos anos é a regulação do sistema imunológico. Alguns estudos mostraram maior prevalência de infecções de vias aéreas superiores (gripes e resfriados) em pacientes com níveis baixos de vitamina D e há, também, relação com a tuberculose, diabetes tipo 1, esclerose múltipla e doença de Crohn.
Recentemente, foi demonstrada maior prevalência de doença coronariana (infarto e angina), insuficiência cardíaca e doença arterial periférica em indivíduos com baixos níveis da vitamina, além de hipertensão arterial, resistência à insulina, câncer de mama, intestino e próstata.
Como é feito o tratamento da deficiência de vitamina D?
A deficiência de vitamina D pode ser tratada de várias maneiras:
- aumento da exposição solar – o ideal é a exposição ao sol ao redor do meio dia, quando os raios incidem na pele perpendicularmente, por pelo menos 15 minutos, diariamente
- aumento da ingestão de alimentos ricos em vitamina D – alguns alimentos são enriquecidos com cálcio e vitamina D, principalmente leites e derivados
- reposição via oral com medicamentos
A dose oficial recomendada de vitamina D é de 400UI por dia para indivíduos com menos de 70 anos e 600UI por dia para maiores de 70 anos. Mas estudos mais recentes recomendam doses cada vez maiores. Não existe um valor definido para que haja excesso de vitamina D, a ponto de causar toxicidade. Doses de até 50.000UI por semana têm sido prescritas com segurança.
Por que a deficiência de vitamina D é tão comum?
Mesmo em países tropicais, como o Brasil, a deficiência da vitamina D têm sido cada vez mais diagnosticada. As hipóteses são:
- pouca exposição solar e, quando há, associada ao uso de protetor solar
- envelhecimento da população, com menor capacidade da pele idosa de sintetizar a vitamina D
- poucas atividades ao ar livre
- quantidade insuficiente de vitamina D na dieta
Conhecendo os alimentos: CARBOIDRATOS
Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta, cuja função principal é fornecer e armazenar energia. Eles também têm função estrutural, participando da formação de membranas celulares e da estrutura de algumas outras biomoléculas
Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes do planeta, cuja função principal é fornecer e armazenar energia. Eles também têm função estrutural, participando da formação de membranas celulares e da estrutura de algumas outras biomoléculas, como a proteína proteoglicana.
Após a digestão e absorção dos carboidratos, a energia contida nas moléculas é convertida em ATP (adenosina trifosfato), a maior fonte de energia celular. O armazenamento da energia é feito sob a forma de glicogênio, no fígado e músculo, ou de glicose, circulante no sangue (fonte preferencial do sistema nervoso central - cérebro e nervos). A energia para o organismo também pode ser obtida pela degradação das proteínas musculares, mas isso pode ser impedido pela boa oferta de carboidratos ao organismo.
Os carboidratos podem ser chamados, também, de sacarídeos, glicídios ou açúcares e são classificados em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos ou polissacarídeos, de acordo com sua complexidade.
MONOSSACARÍDEOS
São as moléculas mais simples, com um açúcar. Geralmente, têm sabor doce, são incolores e solúveis em água. Os mais importantes são:
- glicose: principal monossacarídeo para o organismo, por ser fonte direta de energia e armazenada como glicogênio ou convertida em triglicerídeos, como forma de reserva energética. Por isso, comer carboidrato em excesso pode engordar - o açúcar que "sobra" no organismo é convertido em triglicerídeos, componente da gordura
- frutose: mais doce, encontrado em mel, frutas, refrigerantes e outros doces industrializados
- galactose: raramente encontrada livre na natureza, mais comumente associada à glicose para formar a lactose
DISSACARÍDEOS e OLIGOSSACARÍDEOS
Os monossacarídeos podem se unir e formar dissacarídeos (união de dois monossacarídeos) ou oligossacarídeos (união de 2 a 20 monossacarídeos).
Os três dissacarídeos mais importantes são:
- sacarose: formada pela união de glicose e frutose, encontrada no açúcar da cana e da beterraba
- lactose: união de glicose e galactose, produzida nas glândulas mamárias dos mamíferos lactantes. Menos solúvel e menos doce que os outros sacarídeos. Algumas pessoas podem não ter a enzima que quebra essas moléculas, como na deficiência genética da enzima ou doenças inflamatórias intestinais, e a lactose permanece no trato intestinal sem ser absorvida, causando fermentação, com gases e diarreia
- maltose: união de duas moléculas de glicose, presente em grãos em germinação
Os oligossacarídeos mais importantes são o fruto-oligossacarídeo e o galacto-oligossacarídeo. Essas moléculas possuem efeito prebiótico, ou seja, propiciam o crescimento de bactérias benéficas ao organismo.
POLISACARÍDEOS
Os polissacarídeos são formados por vários monossacarídeos e têm função estrutural e de reserva energética. Os mais importantes são:
- amido: carboidrato complexo sintetizado pelas plantas durante a fotossíntese. É uma das mais importantes fontes de carboidratos da alimentação humana, encontrado em cereais em grãos, legumes, batatas e outros vegetais
- glicogênio: formado por várias moléculas de glicose, tem origem animal. Está presente nos músculos e fígado e serve como reserva energética
- celulose: faz parte da estrutura dos vegetais. Os seres humanos não podem digerí-la, por não terem a enzima responsável pela sua quebra, mas exerce importante papel no funcionamento intestinal. As bactérias intestinais podem degradá-la e formar ácidos graxos que serão usados como energia pelas células intestinais.
Para que todos esses carboidratos sejam utilizados pelo organismo, eles são digeridos no trato gastro-intestinal por enzimas, que 'quebram" as moléculas maiores em monossacarídeos. Esses, sim, conseguem atravessar a barreira das células intestinais e caem na corrente sanguínea, distribuindo energia por todas as células do organismo.
A utilização ou armazenamento dessa energia é regulada por hormônios, como insulina, glucagon e epinefrina, entre outros. A energia não utilizada é armazenada e, o "excesso", transformado em triglicerídeos no tecido adiposo, levando ao ganho de peso.
É muito importante conhecer os alimentos e saber o que está comendo, para cuidar da sua saúde.
Conhecendo os alimentos: PROTEÍNAS
As proteínas são moléculas formadas por conjuntos de aminoácidos e sua principal função é estrutural, ou seja, fazem parte da estrutura de todos os tecidos do nosso organismo. Além disso, agem na formação de enzimas, hormônios e anticorpos, participam da regulação de energia do corpo e são fundamentais para o equilíbrio do organismo.
As proteínas
As proteínas são moléculas formadas por conjuntos de aminoácidos e são encontradas tanto em alimentos de origem animal quanto vegetal. Estima-se que existam mais de 100mil diferentes tipos de proteínas.
A principal função das proteínas é estrutural, ou seja, ela faz parte da estrutura de todos os tecidos do nosso organismo. Além disso, agem na formação de enzimas, hormônios e anticorpos, participam da regulação de energia do corpo e são fundamentais para o equilíbrio do organismo.
As proteínas devem estar presentes na alimentação em qualidade e quantidade adequadas, pois são moléculas chamadas essenciais (o organismo não consegue formá-las sem a matéria prima da natureza).
As fontes de proteínas de origem animal são consideradas completas - ovos, leites, carne, peixes e aves.
Mas os alimentos de origem vegetal também são fontes importantes de proteínas. As leguminosas, como feijão, lentilha, soja e grão de bico, têm alto conteúdo proteico (10-30%), mas não contêm o aminoácido metionina. Os cereais, como arroz, trigo e milho, contém de 6 a 15% de proteínas, mas são deficientes do aminoácido lisina. As frutas e hortaliças fornecem 1 a 2 g de proteínas para cada 100g de alimento.
As deficiências de aminoácidos nos vegetais pode ser resolvida pela combinação de diferentes alimentos. A clássica mistura brasileira de arroz (deficiente em lisina) e feijão (deficiente em metionina) é considerada de boa qualidade proteica, pois seus aminoácidos se completam.
Cuide sempre da sua alimentação, para manter sua saúde em dia. Conhecer os alimentos é importante para saber escolher os mais adequados.
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