Mitos e verdades sobre diabetes
Primeiro, vamos diferenciar o diabetes tipo 1 e tipo 2.
O DM1 é aquele que aparece na infância ou adolescência e já precisa de insulina logo ao diagnóstico, por falta de produção de insulina.
O DM2 aparece, em geral, após os 40 anos em pacientes com excesso de peso. Há uma resistência à ação da insulina pelo excesso de peso.
Diabetes é uma doença silenciosa
VERDADE
Os sintomas clássicos de diabetes aparecem no DM1, mas o DM2, na maioria das vezes, é descoberto em exames de rotina. Tem sintomas quando está muito descompensado.
2. Toda pessoa com diabetes vai usar insulina
MITO
O uso da insulina é obrigatório no DM1. O DM2 pode ser tratado apenas medicamentos orais ou apenas com melhoras do estilo de vida!!!! Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de insulina.
3. Diabetes tem cura
VERDADE
E não é que agora o DM2 pode ser curado?? Casos recentes de DM2 que tenham uma ótima melhora do estilo de vida com boa perda de peso podem deixar de ser diabetes!!!
4. Diabetes tipo 1 é o que é hereditário
MITO
Apesar de começar na infância, o DM1 não tem herança familiar. O DM2 pode, sim, ser hereditário. Mas também aparece em pessoas com obesidade e sem casos na família.
5. Se minha mãe e meu pai têm diabetes, com certeza vou ter.
MITO
Se você cuidar dos seus hábitos e mantiver seu peso saudável, pode não ter as doenças que sua genética carrega. Seus hábitos determinam mais a sua saúde do que a genética.
Para saber mais sobre os tipos de diabetes, clique aqui
Dia Mundial do Diabetes
DIa 14/11 foi o Dia Mundial do Diabetes
O diabetes tipo 2 (DM2) depende muito da herança genética, mas, principalmente do estilo de vida. Se você tem pais e/ou irmãos diabetes tipo 2 (aquele que aparece em adultos), sua chance de desenvolver DM2 é maior. Mas você pode ter a genética e ter um estilo de vida saudável e não desenvolver a doença. Da mesma maneira que uma pessoa sem herança genética, mas com estilo de vida inadequado, pode desenvolvê-la.
A melhor maneira de evitar o DM2 é mantendo seu peso adequado, com uma dieta saudável e atividade física regular. A dieta mediterrânea é relacionada a menos casos de DM2, menor resistência à insulina e menos casos de doença cardiovascular (principal causa de morte entre pessoas com diabetes).
A microbiota intestinal (bactérias do intestino) tem grande influência no desenvolvimento do diabetes e obesidade. E sabe qual a melhor maneira de manter sua microbiota saudável?? Uma dieta saudável! A dieta rica em fibras (legumes, verduras, frutas, grãos, sementes) aumenta a proporção de bactérias que te manterão saudável.
Se você já tem DM2, a dieta saudável pode ajudar a controlar ou até reverter a doença! Casos iniciais de DM2 podem precisar suspender todos os medicamentos quando há dieta adequada, atividade física regular e perda de peso. Pessoas com diagnóstico de diabetes de até 6 anos que percam ao redor de 10% do peso podem deixar de ter diabetes!
Em alguns casos, a dieta low carb é uma boa opção a curto prazo, pois pode trazer perda de peso, essencial para o controle do diabetes. A longo prazo, a dieta low carb com proporção muito baixa de carboidrato pode ser deletéria, pela alta proporção de gordura. Dieta low carb pode ser qualquer dieta que tenha menos que 45% de carboidrato na dieta. Quando a quantidade de carboidrato é muito baixa (<10-20%) a ingestão proporcional de gordura aumenta, o que altera a microbiota intestinal.
A melhor dieta para evitar, tratar e reverter o diabetes é a dieta rica em legumes, verduras, grãos, sementes, frutas, pouca carne e com o mínimo possível de açúcar e ultraprocessados. A dieta mediterrânea é uma excelente e deliciosa opção. Alia todos esses requisitos ao consumo de peixe como proteína animal preferencial e uma taça de vinho ao dia, que também parece ajudar a prevenir o DM2.
Jejum intermitente
O jejum intermitente tem se tornado a dieta para perda de peso mais comum entre os adolescentes e adultos jovens. Essa dieta baseia-se em períodos alternados de jejum e alimentação normal. Podem ser dias inteiros em jejum, por exemplo 2 dias de jejum na semana, com 5 dias de alimentação normal, ou períodos de jejum no dia, como 12 a 16 horas de jejum, com alimentação normal no período restante.
Muitos estudos vêm sendo feitos para testar a eficácia e os riscos do jejum intermitente. A conclusão é que ele funciona como qualquer outra dieta para perda de peso, desde que feita corretamente, e não funciona para todas as pessoas, como outras dietas também não funcionam. E não deve ser feita por mulheres gestantes ou amamentando, pessoas muito jovens ou muito idosas, com baixa imunidade, ou que tenham feito transplante de órgãos.
Mas a melhor parte é que o jejum intermitente pode ter excelentes resultados no metabolismo, com melhora da resistência à insulina, valores de glicemia e colesterol. É uma excelente primeira opção para pessoas com valores recentemente alterados nos exames de diabetes e colesterol. Se os resultados forem satisfatórios, o paciente pode não necessitar de medicamentos.
De qualquer maneira, não existe uma melhor dieta que alcance todas as pessoas. O médico deve avaliar qual dieta se e encaixa para qual paciente, e o paciente precisa se sentir bem com a dieta. Nem todas são para todos.
Diminuir carboidratos de manhã ajuda a perder peso
Um estudo grego, onde a dieta mediterrânea faz parte da cultura local, mostrou que associar esse tipo de alimentação a menor quantidade de carboidratos no café da manhã levou a menor IMC, maior perda de peso e gordura corporal e menor circunferência abdominal, comparado à dieta mediterrânea tradicional.
Os dois grupos (dieta mediterrânea e dieta mediterrânea com restrição de carboidratos de manhã) tiveram o mesmo efeito no controle da glicemia em pacientes com sobrepeso e obesidade, mas o grupo com restrição de carboidratos teve uma discreta redução do HDL -colesterol (colesterol bom).
As dietas com restrição de carboidratos já são conhecidas pela rápida perda de peso e melhora de fatores de risco cardiovascular e esteatose hepática, além de muitos estudos associarem-na com melhora do controle do diabetes.
Teoricamente, a explicação seria que, durante a noite, há diminuição dos níveis de insulina circulando, o que aumenta a retirada de gordura do tecido adiposo. De manhã, há maior produção de insulina e o carboidrato é rapidamente utilizado e o excesso, armazenado no tecido adiposo. Se não houver consumo de carboidratos no café da manhã, não há armazenamento no tecido adiposo. Portanto, seria interessante deixar os carboidratos para o almoço e outras refeições depois do almoço.
Ainda não é possível definir se os efeitos da dieta no peso são suficientes para compensar a queda no HDL. Mais estudos são necessários.
Dieta low carb é uma das opções indicadas para melhorar o controle do diabetes
Novo Consenso de Diabetes de 2018 coloca a dieta low carb como uma excelente opção para pacientes diabéticos.
As melhores dietas para melhorar o controle do diabetes e evitar a progressão das complicações são:
A dieta com melhor efeito, entre essas, continua sendo a mediterrânea. E, entre as dietas com diminuição de carboidratos, as que têm uma restrição moderada (26-45% ingestão total de calorias) não são tão eficazes quanto as que restringem os carboidratos a menos de 26% do total energético do dia (very low carb). Essas últimas tiveram excelentes resultados na diminuição da HbA1c.
Não é novidade que a diminuição da ingestão de carboidratos é eficaz para o controle do diabetes, mas a incorporação dessas orientações no Consenso de Diabetes ajuda a convencer mais pacientes e médicos da necessidade de implementação dessas medidas.
Para saber mais sobre cada uma das dietas, clique nos links ou leia em http://www.drapatricia.com/blog/o-que-saber-sobre-dietas
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