O que pode acontecer se eu durmo mal?
Por que insistimos tanto em querer que as pessoas durmam bem? Muitas pessoas dormem pouco e continuam fazendo suas coisas ou até dormem menos para poder produzir mais e acham que está tudo bem.
Mas isso não é verdade!! A longo prazo, a falta de sono pode trazer muitas consequências negativas. E são muitas consequências a curto prazo também.
Alterações metabólicas:
Dormir pouco aumenta os níveis de glicose e de cortisol
Diminui a sensibilidade à insulina (sua insulina funciona mal e tem maior risco de diabetes)
Diminui a leptina, hormônio que age na saciedade, e isso aumenta a vontade de comer alimentos mais calóricos e ricos em carboidratos (isso já com uma noite mal dormida)
=> consequências: risco 2x maior de obesidade, diabetes, sd metabólica
Alterações cardiovasculares:
Dormir mal aumenta a pressão arterial, principalmente à noite
Diminui a perfusão periférica à noite (chega pouco sangue nas extremidades)
=> consequências: aumento do risco de infarto, morte por problemas vasculares e alterações na circulação
Humor e cognição:
Sono sem qualidade diminui o sono REM e as ondas lentas, o que diminui a capacidade de reparação dos tecidos nervosos
Menor capacidade de aprendizado e memória
Maior estresse emocional, piora da capacidade de tomar decisões e interpretação inadequada dos sinais sociais
Diminui a sensação de alerta e a capacidade de processamento cognitivo
Menor extinção das sensações de medo que ocorrem durante o sono, já que a amigdala não consegue apagar a memória de situações de perigo
=> consequências: depressão, transtorno bipolar, desordens afetivas, TPM
Câncer:
Sono ruim diminui a capacidade de reparação do DNA, com aumento de substâncias que estimulam câncer
Disfunção do ciclo celular e expressão inadequada do DNA
Supressão da melatonina e do sistema imunológico
=> consequências: aumento do câncer de mama, de endométrio, de próstata, colorretal e leucemia
Distúrbios de sono associados a diabetes e obesidade
Em paralelo com o aumento da prevalência da obesidade e do diabetes tipo 2, os distúrbios de sono tornaram-se comuns nas sociedades modernas.
Em paralelo com o aumento da prevalência da obesidade e do diabetes tipo 2, os distúrbios de sono tornaram-se comuns nas sociedades modernas. Um número crescente de estudos epidemiológicos mostram uma associação entre a curta duração do sono e distúrbios do sono com alterações metabólicas, em particular a obesidade e o diabetes tipo 2 .
Estudos experimentais apontam para vários mecanismos distintos por que o sono insuficiente afeta negativamente a saúde metabólica. O sono insuficiente parece alterar a atividade de sistemas neuroendócrinos (interação entre hormônios e neurônios), favorecendo aumento do apetite, maior sensibilidade a estímulos de comida, e, em última análise, um excesso no consumo de energia . O efeito da diminuição do sono sobre a atividade física e o gasto energético ainda é pouco clara.
Embora os estudos de intervenção de longo prazo provando uma associação de causa e efeito ainda sejam escassos, a diminuição de sono parece ser um alvo atraente para a prevenção e tratamento da obesidade e diabetes tipo 2. É essencial que o endocrinologista inclua perguntas sobre a qualidade de sono na consulta.
Inicialmente, apenas mudanças comportamentais, como diminuir o estresse, manter o quarto escuro e quieto na hora de dormir, fazer uma refeição leve à noite, evitar álcool e diminuir o uso de aparelhos eletrônicos na hora de dormir, devem ajudar. Mas, em alguns casos, é necessário intervenção com medicamentos.
Lancet Diabetes Endocrinol 2014. Published online March 25, 2014.
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