Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli

Síndrome de Ovários Policísticos

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos nas mulheres.

Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e, por este motivo, seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, entretanto, com o controle dos sintomas, é possível prevenir os problemas associados. 

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica caracterizada pelo aumento da produção de hormônios masculinos pelos ovários, nas mulheres.

 

Como é feito o diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos?

Para o diagnóstico da SOP, devem estar presentes, pelo menos, dois dos seguintes componentes:

- irregularidade menstrual - ausência de menstruação por mais de dois meses (excluída gestação) ou ciclos com duração variável

- sinais de aumento dos hormônios masculinos - aumento dos pêlos em locais não usuais (por exemplo, bigode, seios, barriga, queixo), acne, queda de cabelo; ou aumento dos hormônios masculinos em exames de sangue (testosterona, DHEAs, androstenediona)

- ultrassom dos ovários com ovários aumentados ou com muitos cistos pequenos e na periferia dos ovários

A SOP acomete de 5% a 10% da população feminina em idade fértil, sendo responsável por 85% dos casos de irregularidade menstrual em jovens.

Em geral, essas mulheres têm dificuldade em perder peso e resistência à insulina. A resistência à insulina parece ser a causa de toda a síndrome e, em consequência, grande parte das pacientes pode desenvolver diabetes no futuro. Essas mulheres também podem apresentar infertilidade e câncer de endométrio (parte interna do útero), além de aumento do colesterol e maior risco de eventos cardiovasculares (infarto, derrame), em relação a mulheres com mesmo IMC (índice de massa corpórea), mas sem SOP.

 

Qual é o tratamento para a Síndrome dos Ovários Policísticos?

O tratamento para a SOP começa pela melhora do estilo de vida e perda de peso, com reeducação alimentar e atividade física. Só a mudança no estilo de vida já pode melhorar a infertilidade e diminuir o risco de diabetes, mesmo antes da perda de peso.

Dentre as opções medicamentosas, os anticoncepcionais orais têm sido muito utilizados e são seguros e eficazes para a maioria das mulheres. Por ser uma síndrome, com vários sintomas, o tratamento deve englobar diversos medicamentos, como hipoglicemiantes orais (nos casos de resistência grave à insulina), estimulantes da menstruação, acompanhamento da infertilidade, cosméticos contra a acne e terapias para o controle do estresse e ansiedade.

Segundo o Projeto Diretrizes da AMB, a perda de peso resultante das mudanças no estilo de vida “favorecerá a queda dos androgênios circulantes, melhorando o perfil lipídico e diminuindo a resistência periférica à insulina; dessa forma, contribuirá para o decréscimo no risco de aterosclerose, diabetes e regularização da função ovulatória. A prescrição de contraceptivos hormonais orais de baixa dose, por sua vez, propiciará o controle da irregularidade menstrual e redução do risco de câncer endometrial”

Apesar de ser comum, a Síndrome dos Ovários Policísticos manifesta-se de diferentes formas nas mulheres e, por este motivo, seu tratamento deve ser individualizado. Até o momento não foi descoberta a cura para a SOP, entretanto, com o controle dos sintomas, é possível prevenir os problemas associados. 

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Deficiência de GH (hormônio do crescimento) em adultos

O que é a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

A deficiência de hormônio do crescimento (DGH) na vida adulta (DGHA) é uma doença pouco comum, mas que pode trazer muitos problemas ao seu portador. Estima-se que sejam diagnosticados, no mundo, 1 caso/ 100.000 habitantes ao ano.

 

Quais são as causas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

As principais causas de DGHA são tumores na região da hipófise, glândula cerebral responsável pela produção do hormônio, e/ou seus tratamentos. Também ocorre em pacientes com DGH diagnosticada na infância. (Alguns pacientes com DGH na infância podem normalizar os níveis do hormônio na vida adulta - provavelmente, a deficiência era leve e a quantidade de hormônio passa a ser suficiente quando adultos).

 

Quais são os sintomas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

As manifestações clínicas da DGHA são:

- alteração da composição corpórea, com aumento da proporção de massa gorda e diminuição da massa magra (muscular)

- diminuição da massa óssea, com osteopenia/ osteoporose

- comprometimento do bem-estar psicológico

- diminuição da função renal

- diminuição do gasto energético basal do organismo, com maior facilidade de ganho de peso

- diminuição da capacidade de exercício, cansaço fácil

- aumento da resistência à insulina, com risco de diabetes

- aumento dos fatores de risco cardiovascular

 

Como é feito o diagnóstico da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

O diagnóstico da DGHA é feito com testes para estimular a secreção do hormônio. Os níveis de GH, IGF1 e IGFBP3 são dosados no basal e após o teste (existem várias formas de ser feito, em laboratórios especializados). No basal, os valores podem não distinguir indivíduos normais ou afetados.

 

Qual é o tratamento para a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

O tratamento é a reposição do hormônio. O medicamento é injetável e deve ser usado diariamente. Inicia-se com dose baixa e cada paciente tem sua dose individualizada, de acordo com os níveis de IGF1. Os  benefícios da reposição devem ser analisados de maneira crítica e individualizada, pois nem todo o paciente apresentará benefício suficiente para justificar o tratamento.

Para avaliar a eficácia clínica do tratamento, os principais parâmetros são a avaliação da composição corpórea, da densidade mineral óssea, do desempenho cardíaco, de fatores de risco cardiovascular e da qualidade de vida. A maioria dos pacientes refere benefícios após três meses de tratamento.

Em indivíduos com DGHA que não façam reposição do hormônio, a atividade física pode melhorar a composição corpórea, a capacidade cardiovascular e o bem-estar psicológico.

 

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Papel do cálcio na saúde

O cálcio é o mineral mais importante do nosso organismo. Além de ser o principal constituinte dos ossos, é essencial para muitas outras funções: contração muscular, coagulação sanguínea, transmissão de impulsos nervosos, reações químicas dentro de inúmeras células, liberação de hormônios, etc

Os ossos e dentes são a principal fonte de reserva do cálcio, 99% de todo o cálcio do nosso corpo está armazenado nesses tecidos.

Para que todas as funções dependentes de cálcio sejam realizadas adequadamente, é preciso que os níveis no sangue estejam sempre dentro do ideal. Quando há falta de cálcio no sangue, o organismo precisa retirar das reservas, provocando doenças ósseas, como raquitismo e osteoporose.

A principal fonte de cálcio do organismo é a dieta. Portanto, a quantidade de cálcio na dieta deve ser adequada desde a infância, fase em que há maior formação dos ossos e dentes, até a 3a idade, quando há perda óssea e diminuição do estoque de cálcio.

As quantidades ideais diárias de cálcio para cada fase da vida estão colocadas a seguir (considerando que os indivíduos sejam saudáveis):

crianças até 8 anos - 1000mg

9 a 18 anos - 1300mg

19 a 50 anos - 1000mg

acima de 50 anos - 1200mg

* gestantes ou lactantes 14 a 18 anos - 1300mg; acima de 18 anos - 1000mg

As principais fontes de cálcio na dieta são: leite e derivados, peixes como sardinha e salmão, vegetais verdes e de folhas largas, como brócolis, couve, repolho, mostarda.

Um bom cálculo é considerar que a dieta geral nos dá 100 a 200mg de cálcio ao dia e cada copo de leite (200ml de leite, sem misturar com café), pote de iogurte ou pedaço de queijo branco (ou 2 fatias de queijo prato) tem mais 200mg de cálcio.

E é sempre importante lembrar que o cálcio depende da vitamina D para ser bem absorvido no intestino. A vitamina D tem como fonte principal o sol, mas também está presente em pequenas quantidades nos derivados de leite, ovos e fígado. Procure no supermercado produtos que tenham adição de cálcio e vitamina D, para melhorar a ingestão.

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Pé diabético

O que é pé diabético?

O pé diabético é uma condição muito grave que ocorre em pacientes diabéticos. É mais comum naqueles com doença com muitos anos de evolução, mas também ocorre no diabetes com poucos anos mas controle ruim. O mais importante é que é uma complicação que pode ser evitada.

Infecções ou problemas na circulação nos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns em quem tem diabetes mal controlado. Calcula-se que metade dos pacientes com mais de 60 anos apresente o chamado “pé diabético”.

Quando as taxas de glicose permanecem altas durante muitos anos, os nervos do corpo começam a ser afetados, o que chamamos de neuropatia. Como consequência, podem surgir úlceras, infecções, isquemia, trombose. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação.  Segundo o Ministério da Saúde,70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais.

Manter a taxa glicêmica sob controle e fazer exames regulares são fundamentais para evitar tais complicações.

 

Quais são os sintomas do pé diabético?

 Os sintomas são:
- formigamentos
- perda da sensibilidade local
- dores
- queimação nos pés e nas pernas
- sensação de agulhadas
- dormência
- fraqueza nas pernas. 

Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida, ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido aos problemas de circulação.

 

Como prevenir o pé diabético?

A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação. As medidas principais são manter os níveis da glicemia controlados, fazer exame visual dos pés diariamente e avaliação médica periódica.

O paciente deve examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. Quem não tiver condições de fazê-lo, precisa pedir a ajuda de alguém.  Deve-se verificar a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Uma dica é usar um espelho para se ter uma visão completa. Nas consultas, deve-se pedir ao médico que examine os pés. O paciente deve avisar de imediato o médico sobre eventuais alterações.

Algumas orientações importantes para a prevenção:
- É preciso manter os pés sempre limpos, e usar sempre água morna, e nunca quente, para evitar queimaduras. 
- A toalha deve ser macia. É melhor não esfregar a pele. 
- Mantenha a pele hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas.  
- Use meias sem costura, de preferência brancas (que ficarão sujas se houver uma lesão). O tecido deve ser algodão ou lã, evitar sintéticos, como nylon.
- Antes de cortar as unhas, o paciente precisa lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado, ou uma tesoura de ponta arredondada.  O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, o qual deve ser avisado do diabetes.  
- O ideal é não cortar os calos, nem usar abrasivos.
- Os pés devem estar sempre protegidos, inclusive na praia e na piscina. 
- Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Antes de adquiri-los, é importante olhar com atenção para ver se há deformação.  As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de couro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.

Pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 devem devem passar, regularmente, por uma avaliação dos pés.

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Câncer de tireoide

Os nódulos de tireoide e o câncer de tireoide estão se tornando doenças cada vez mais comuns. Ainda não se sabe o que, exatamente, tem causado o aumento da incidência, mas o maior acesso a exames de imagem pode ser um fator. Hoje em dia, a maioria das mulheres já fez um ultrassom de tireoide "de rotina" e, nesse exame, pode ser encontrado um nódulo nunca antes percebido.

O câncer da tireoide é considerado o mais comum da região da cabeça e pescoço e é três vezes mais freqüente no sexo feminino (1,3% a 3% das mulheres).

Existem vários tipos de câncer de tireoide e os chamados carcinomas diferenciados são os mais freqüentes. Dentre eles existem o carcinoma papilífero, o carcinoma folicular e o carcinoma de células de Hürthle. Entre os carcinomas pouco diferenciados temos carcinomas medulares e os carcinomas indiferenciados.

Sintomas

A presença de um nódulo na tireoide não é indicação da presença de um câncer. Aproximadamente 95% dos nódulos de tireoide são benignos e não requerem tratamento, apenas acompanhamento clínico.

Mas alguns fatores aumentam o risco de um nódulo ser maligno: pacientes com história de irradiação prévia do pescoço, história familiar de câncer da tireoide, nódulo associado a gânglios linfáticos aumentados no pescoço, associado a rouquidão ou nódulo de crescimento rápido. Algumas vezes, nenhum desses fatores está presente.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com o ultrassom associado a punção do nódulo e análise microscópica das células.

Algumas vezes, o resultado da punção pode ser não diagnóstico (poucas células no material para análise) ou inconclusivo (a análise não permite confirmar a benignidade ou malignidade do nódulo). Nesses casos, pode ser indicada nova punção ou acompanhamento com ultrassom em 3 a 6 meses, dependendo das características do nódulo.

Tratamento

O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A tireoidectomia total ou parcial (em casos indicados) é o tratamento de escolha. O tratamento deve ser complementado com iodo radioativo na maioria dos casos de carcinoma papilífero e folicular.

O iodo radioativo "queima" as células da tireoide que possam ter sobrado após a cirurgia, minimizando o risco de ressurgimento do câncer. Ele tem atração pela tireoide, não ataca outros órgãos do organismo. 

Após a cirurgia, o paciente necessitará repôr o hormônio tireoideano eternamente.

Seguimento

Pacientes com câncer de tireoide não podem perder o acompanhamento médico. Esse câncer é relativamente benigno, mas pode haver metástases e reincidência do câncer em casos graves ou sem tratamento adequado.

 

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