Crescimento e GH
GH é o hormônio do crescimento (growth hormone). Ele existe em todas as pessoas normais e é produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio. É o hormônio responsável pelo crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens dos ossos, no final da puberdade.
Em geral, a criança cresce, em média, 4 cm/ano. Na puberdade, esse valor sobre para 12 cm ou 13 cm ao ano, o chamado estirão do crescimento. Quando o crescimento é menor que 4 cm, ou 6 cm na fase da puberdade, o ideal é que um especialista seja consultado. Quanto mais cedo os pais ou responsáveis descobrirem que a criança não está com a estatura média dos amiguinhos da mesma idade, será mais fácil para evitar problemas como o nanismo.
O nanismo é a doença que se caracteriza pela baixa estatura e pelo pouco desenvolvimento dos ossos e cartilagens. Ela se manifesta principalmente a partir dos 2 anos de idade, impedindo o crescimento e desenvolvimento saudável da pessoa durante a adolescência, produzindo adultos com estatura fora do padrão médio da população.
Quando o corpo humano produz o GH em excesso, pode provocar uma doença conhecida como gigantismo. É um quadro de crescimento desordenado, principalmente nos braços e nas pernas, e crescimento correspondente na estatura. Pode surgir ainda na infância, antes da finalização do processo de calcificação, ou durante a puberdade, quando falhas genéticas impedem a calcificação normal desta fase.
É importante observar a velocidade com que a criança perde roupas e sapatos e comparar com a turma da escolar. Sempre que notar alguma alteração, um endocrinologista deve ser procurado rapidamente. Mas, devemos lembrar que a estatura também é genética; se os pais são muito baixos ou muito altos, a criança, seguirá o padrão familiar.
O endocrinologista, em primeiro lugar, investiga as causas da doença através de vários exames de sangue e radiológicos. No caso da baixa estatura, se os exames apontarem deficiência no hormônio de crescimento, inicia-se a reposição. E o hormônio só age enquanto as cartilagens ainda não estão fechadas. Depois disso, o hormônio não tem mais onde agir. No gigantismo, pode ser usada medicação para bloqueio da ação do hormônio ou cirurgia para ressecção da glândula.
Hiperparatireoidismo
O que é hiperparatireoidismo?
O hiperparatireoidismo é uma doença em que há aumento do funcionamento das glândulas paratireoides. Essas glândulas são responsáveis pelo controle da quantidade de cálcio no sangue e nos ossos e ficam localizadas atrás da tireoide, na base do pescoço.
Essa doença é mais comum em mulheres (3:1 homem) e ocorre ao redor dos 40-60 anos.
Quais são os sintomas do hiperparatireoidismo?
Quando as glândulas funcionam demais, produzem muito PARATORMÔNIO (PTH), que retira o cálcio dos ossos e o deixa em quantidade excessiva no sangue (hipercalcemia). Em casos leves, o paciente pode não ter qualquer sintoma, e o diagnóstico é feito em exames de rotina. Mas, se a alteração ocorre repentinamente, ou se o aumento do cálcio é muito grande, os sintomas aparecem:
- fraqueza muscular, adinamia, sintomas depressivos
- perda de apetite, náuseas, vômitos, confusão mental (em quadros mais repentinos ou muito graves)
- pedra nos rins, diminuição do funcionamento dos rins
- osteoporose, fraturas, tumores ósseos
Quais são as causas do hiperparatireoidismo?
As causas mais comuns para o hiperparatireoidismo são tumores benignos das paratireóides ou, muito raramente, tumores malignos. O hiperpartireoidismo pode ser, ainda, secundário a deficiência de vitamina D ou insuficiência renal, por exemplo.
Como é feito o diagnóstico de hiperparatireoidismo?
O diagnóstico é feito com dosagem de cálcio e PTH no sangue. Outras dosagens auxiliam no diagnóstico: fósforo, cálcio urinário, creatinina, vitamina D, fosfatase alcalina.
Havendo elevação do cálcio e PTH, é necessária a realização da cintilografia de paratireoide para localizar qual das glândulas está acometida. Temos quatro glândulas paratireoides, localizadas atrás da tireoide, e só a glândula doente necessita ser retirada. Raramente, pode haver uma glândula localizada no tórax. O ultrassom cervical também pode ajudar na localização.
Além desses, são necessários exames para avaliar as complicações, como densitometria óssea, para avaliar osteopenia ou osteoporose, radiografias, para investigar fraturas, e ultrassom do aparelho urinário, para pesquisar cálculos renais.
Qual é o tratamento para o hiperparatireoidismo?
O tratamento, em geral, é cirúrgico. Mesmo que o paciente tenha poucos sintomas e o cálcio não esteja tão elevado, a possibilidade de piora com o tempo é grande. Portanto, deve-se sempre tentar realizar a cirurgia o quanto antes, desde que o paciente tenha boas condições para isso.
Se o paciente for muito idoso ou tiver outras doenças que dificultem qualquer cirurgia, o tratamento clínico é feito com hidratação adequada, para não deixar o cálcio ficar muito "concentrado" e medicações para osteoporose, pedra nos rins, e outras necessárias.
Hipoglicemia
Hipoglicemia não é uma doença, é uma consequência de alguma doença ou uso de medicamentos e significa baixo nível de glicose no sangue.
Os níveis sanguíneos considerados normais são de 60 a 99mg/dl.
Em geral, abaixo de 50 a 60mg/dl ocorrem os sintomas. Os mais comuns são:
- Fome, borborigmo ("ronco" na barriga)
- Tremores, ansiedade, nervosismo
- Palpitações, sudorese fria, dor de cabeça
- Náusea, vômito, desconforto abdominal
- Cansaço, fraqueza, dificuldade de raciocínio
- Confusão, tontura, indisposição não específica
Em casos graves, o indivíduo pode perder a consciência (desmaios ou até coma) ou ter crises convulsivas.
A hipoglicemia ocorre quando não há níveis de glicose suficientes no sangue para fornecer energia às células do cérebro. As outras células do corpo conseguem obter energia através da quebra de gordura (inicialmente) e proteínas armazenadas, mas o cérebro é nutrido exclusivamente por glicose. Portanto, os sintomas funcionam como um "sinal de alerta" de que os neurônios estão sofrendo.
Existem várias causas para a hipoglicemia:
- Consumo de álcool (causa mais freqüente)
- Jejum prolongado
- Esforço físico (músculos consomem a glicose circulante)
- Medicamentos: insulina e antidiabéticos orais são os principais, mas pode ocorrer com aspirina, antiinflamatórios, beta-bloqueadores (ex: Propranolol), antibióticos
- Hipoglicemia reativa (ocorre 1 a 3 horas após as refeições, por rápida absorção dos carboidratos)
- Tumores produtores de insulina (muito raros)
- Cirurgia para diminuição (cirurgia para obesidade) ou retirada do estômago (câncer de estômago)
Nos pacientes diabéticos, a hipoglicemia é mais frequente. Ocorre principalmente por uso de medicamentos orais ou insulina sem alimentação adequada. Os medicamentos para diabetes, tanto orais quanto insulina, têm como objetivo diminuir a glicemia, e a maioria o faz independente da ingestão alimentar. Portanto, se o paciente não se alimentar corretamente, com intervalos regulares, corre o risco de ter hipoglicemia.
Para evitar a hipoglicemia, além do tratamento específico para cada causa, é importante:
- Evitar períodos prolongados em jejum, alimentar-se a cada 3 ou 4 horas
- Evitar atividade física sem se alimentar e repôr as perdas se exercícios prolongados
- No caso de hipoglicemia reativa, evitar ingestão de carboidratos simples (açúcar branco, farinha branca, doces); prefira carboidratos complexos (arroz integral, farinha integral) ou associação de carboidratos com gorduras ou proteínas (ex: pão com manteiga e não puro), que demoram mais a ser absorvidos
Hipertireoidismo
Hipertireoidismo é uma doença da tireoide, glândula que controla o metabolismo do nosso organismo, em que há aumento da produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
As causas de hipertireoidismo são:
- excesso de iodo na alimentação, induzindo maior produção hormonal
- produção excessiva de hormônios por nódulos na glândula (em geral, maiores que 3cm)
- ingestão de hormônios da tireoide, principalmente em fórmulas para emagrecimento
- produção de anticorpos contra a tireóide pelo próprio organismo (doença auto-imune) - essa é a causa mais comum de hipertireoidismo, chamada de Doença de Graves
O hipertireoidismo é mais comum em mulheres que em homens.
Seus sintomas são relacionados ao excesso de hormônio, como se o organismo estivesse trabalhando em um ritmo mais acelerado. Portanto, os pacientes apresentam:
- agitação, nervosismo, insônia
- pele quente, calor excessivo, suor excessivo
- palpitações, aumento da pressão arterial
- aceleração do ritmo intestinal
- perda de peso, mas com aumento do apetite
- tremores das mãos
Em mulheres, o hipertireoidismo provoca irregularidade menstrual e pode causar problemas nas gestações.
Pacientes com hipertireoidismo por Doença de Graves podem ter também "exoftalmia", quando os olhos parecem saltados, pois os músculos atrás dos olhos também são atingidos pelos anticorpos causadores da doença.
Todos os pacientes podem ter aumento do volume da tireoide.
Como é feito o diagnóstico de hipertireoidismo?
O diagnóstico é feito através de exames de sangue. Há aumento dos hormônios T3 e T4 livre e diminuição do TSH (hormônio que induz a tireoide a produzir seus hormônios).
Qual é o tratamento para o hipertireoidismo?
O tratamento pode ser feito com medicamentos que bloqueiam a produção hormonal, com cirurgia (tireoidectomia) ou com ingestão de iodo radioativo, que "queima" a tireoide e cessa seu funcionamento. A decisão do tipo de tratamento deve ser individualizada para cada paciente. Portanto, o tratamento deve ser sempre acompanhado por um endocrinologista e a dosagem hormonal checada periodicamente.
Prolactinoma
O que é prolactinoma?
Prolactinoma é um tumor benigno da glândula hipófise, produtor de prolactina.
Hipófise ou pituitária é uma glândula situada no cérebro, que produz os hormônios que regulam todos os outros hormônios do nosso organismo, é ela que "manda em tudo".
A prolactina é um hormônio produzido normalmente por homens e mulheres, em pequenas quantidades. É mais importante em mulheres, e está relacionado ao desenvolvimento das glândulas mamárias e à produção de leite na amamentação.
Quais são os sintomas do prolactinoma?
O prolactinoma produz prolactina em quantidade muito elevada, causando distúrbios relacionados ao sistema reprodutor e à função sexual, tanto em homens quanto mulheres.
Nas mulheres, causa irregularidade menstrual, infertilidade, diminuição da libido, saída de leite das mamas (galactorréia), além de sintomas inespecíficos, como cansaço, desânimo.
Nos homens, pode causar, principalmente, impotência sexual e infertilidade. Pode ocorrer, ainda, aumento do volume das mamas e, muito raramente, galactorréia. Como a função sexual pode ser alterada por muitos outros motivos, como o estresse do dia a dia, o homem leva muito mais tempo que a mulher para investigar o problema e, justamente por isso, é mais comum apresentar tumores grandes (maiores que 1 cm).
Como é feito o diagnóstico do prolactinoma?
O diagnóstico é feito pela dosagem hormonal no sangue e pela ressonância magnética, para avaliar a presença e o tamanho do tumor.
Há algumas situações que aumentam os níveis de prolactina, sem que haja um tumor causando isso. Alguns medicamentos como antidepressivos, metoclopramida (Plasil), anticoncepcionais, consumo frequente de cerveja preta, exercícios extenuantes ou mesmo estresse ou gravidez podem aumentar os valores do hormônio.
Qual é o tratamento para o prolactinoma?
O tratamento é indicado quando há aumento dos níveis sanguíneos e tumor presente à ressonância, e é feito com medicamentos. Em geral, não há necessidade de cirurgia, mesmo com tumores grandes (maiores que 1 cm).
Se o tumor for menor que 1 cm, o tratamento é feito, geralmente, até que se atinja a menopausa (nas mulheres) ou até que haja diminuição de mais de 50% do tamanho do tumor à ressonância magnética. A monitorização deve ser rigorosa, para avaliar novo crescimento do tumor e aumento dos níveis hormonais.
Em tumores maiores que 1 cm, o tratamento é feito indefinidamente, tanto em homens quanto em mulheres.
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