Endocrinologia geral Patricia Baines Endocrinologia geral Patricia Baines

Uma visão geral sobre dietas

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O tema alimentação e dieta é sempre atual e está sempre mudando. Informações novas aparecem em todos os cantos e é difícil saber o que é o melhor ou pior a fazer. E, muitas vezes, um alimento que era considerado o vilão passa a ser a solução de todos as dietas e vice-versa. Para saber o que é melhor para sua alimentação, é importante sempre saber quais são as dietas que têm estudos a respeito ou não. Dietas baseadas "na opinião" de revistas, sites ou mesmo nutricionistas e médicos que não tiveram um embasamento científico são um perigo à saúde.

Muitos estudos são feitos a respeito da alimentação nos diversos países do mundo. Apesar das diferenças de culinária ao redor do mundo, as melhores dietas (e as piores) sempre têm pontos em comum.
=> As dietas mais saudáveis incluem quantidades mínimas de comida processada, alimentos frescos e grande quantidade de verduras, legumes, sementes e peixe.
=> As dietas mais prejudiciais contêm calorias vazias em forma de açúcar, gorduras saturadas ou trans, alimentos processados e refinados e porções muito grandes.

Os estudos mais recentes mostram que os principais fatores associados à melhor qualidade de vida e menor taxa de mortalidade por qualquer causa são:

  • Não fumar
  • Ingerir até uma dose de álcool ao dia (0,6-30g)
  • Praticar atividade física regular, pelo menos uma vez na semana
  • Ter, pelo menos, uma refeição na semana com peixe
  • Comer carnes processadas menos que uma vez na semana
  • Consumir frutas diariamente
  • Consumir vegetais diariamente

As populações mais saudáveis têm suas diferenças no consumo dos alimentos, mas todas incluem atividade física diária, um "comer consciente", comendo devagar, escolhendo adequadamente os alimentos e com boa socialização.

Mas e para perder peso? Qual a melhor dieta?

Essa é uma pergunta difícil. Perder peso inclui diminuir calorias, aumentar o gasto energético e manter a massa muscular.

É comprovado que qualquer dieta que diminua calorias pode levar a perda de peso. Se você ingere menos calorias do que gasta, vai provocar um desbalanço energético e levar a perda de peso. Portanto, comer menos e fazer mais exercício deveria fazer todo mundo emagrecer.

Muitos fatores podem atrapalhar no processo de emagrecimento. Um deles é a manutenção da massa muscular. As dietas com grande restrição de calorias, ou seja, que permitem que a pessoa coma muito pouco durante o dia, podem levar a perda de mais de 20% da massa muscular. Com diminuição da massa muscular, há também diminuição do metabolismo, e você passa a gastar ainda menos energia no dia-a-dia. E, portanto, fica mais difícil perder peso.

O efeito sanfona está relacionado a isso. Uma dieta muito restritiva diminui sua massa muscular, mas você não aguenta fazer uma dieta assim por muito tempo e volta a comer muito e ganha peso novamente, mas ganha apenas gordura. Faz dieta de novo e perde mais massa muscular. Para de novo e ganha mais gordura. Com isso, diminui cada vez mais o seu metabolismo basal e fica cada vez mais fácil ganhar peso e mais difícil perder.

Uma dieta que tenha restrição de calorias, mas com boa ingestão de proteínas (carne, frango, peixe, ovo), associada a atividade física, mantém a taxa de metabolismo basal e é possível perder peso mais fácil. As dietas cetogênicas (com restrição total de carboidratos) ganharam espaço por isso. Mantêm a massa muscular e levam a uma perda rápida de peso. Mas essas dietas são para serem feitas por curto espaço de tempo, pois podem causar deficiências de vitaminas, minerais e outros nutrientes se feitas por muito tempo.

Tirar um nutriente ou outro da dieta, como se fossem vilões, pode te fazer emagrecer, pois vai haver diminuição de calorias no geral. Se você tirar o glúten, a lactose, ou as frutas, que são as dietas da moda, vai estar ingerindo menos calorias e, certamente, pode perder peso. Mas há evidências de que não há benefícios para a saúde com a retirada desses alimentos em pacientes que não sejam intolerantes a eles e pode, inclusive, causar malefícios a saúde. Além disso, as pessoas tendem a substituir os alimentos proibidos por outros tão ou mais calóricos e voltam a ganhar peso.

A obesidade é uma doença multifatorial, associada a muitos fatores diferentes, mas manter a dieta saudável e encontrar um equilíbrio é o segredo para ter uma vida saudável e agradável. É importante que a dieta do dia-a-dia seja sempre balanceada e, se houver "escapes", aprenda a voltar rápido para a rotina saudável, e não largar tudo porque comeu a mais em um dia.

Para saber mais sobre as diferentes dietas, acesso os links

dieta mediterrânea

dieta low carb; dieta low fat

dieta cetogênica

 - dieta sem glúten

- as melhores e piores dietas ao redor do mundo

- dicas para uma boa alimentação

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5 razões para evitar a dieta sem glúten

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Na última década, cada vez mais pessoas têm aderido à dieta sem glúten. Essa dieta é indicada para os portadores de doença celíaca, que correspondem a 1% da população mundial. Mas, com tantas pessoas evitando o glúten, foi possível se estudar os efeitos da dieta em uma grande população. E as conclusões são que, se você não tem doença celíaca, não deve fazer uma dieta sem glúten.

As razões estão listadas a seguir:

1. Discreto aumento nas doenças coronarianas

Na dieta sem glúten, os indivíduos evitam todos os tipos de grãos, inclusive os integrais, diminuindo a ingestão de fibras, o que pode alterar o perfil de colesterol e aumentar a chance de desenvolver doenças coronarianas (angina, infarto).

2. Deficiências nutricionais

Além das fibras presentes nos grãos, que diminuem o risco de doenças coronarianas e câncer de cólon, a dieta sem glúten provoca deficiência de folato, vitamina B12, vitamina D, cálcio, ferro, zinco e magnésio.

3. Obesidade e diabetes

Quando as pessoas deixam de ingerir um tipo de alimento, acabam substituindo por outros. Normalmente, são substituições ricas em açúcar, calorias e gorduras.

Estudos recentes mostraram que a dieta sem glúten não teve impacto de melhorar a síndrome metabólica, que leva ao diabetes, e ainda teve associação com aumento do risco de obesidade.

4. Exposição a metais

Análise da urina de indivíduos que fazem dieta sem glúten mostrou  níveis aumentados de arsênico, mercúrio, cadmio, provavelmente por aumento do consumo de arroz e frutos do mar. Ainda não se sabe a implicação desses níveis a longo prazo.

5. Custo

Os produtos sem glúten custam, em média, 200% a mais que os produtos com glúten.

 

A dieta mediterrânea é a a dieta mais indicada para uma vida saudável. Tirar o glúten, se você não tem doença celíaca, não é indicado.

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