Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli Endocrinologia geral Dra Patricia Baines Gracitelli

Deficiência de GH (hormônio do crescimento) em adultos

O que é a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

A deficiência de hormônio do crescimento (DGH) na vida adulta (DGHA) é uma doença pouco comum, mas que pode trazer muitos problemas ao seu portador. Estima-se que sejam diagnosticados, no mundo, 1 caso/ 100.000 habitantes ao ano.

 

Quais são as causas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

As principais causas de DGHA são tumores na região da hipófise, glândula cerebral responsável pela produção do hormônio, e/ou seus tratamentos. Também ocorre em pacientes com DGH diagnosticada na infância. (Alguns pacientes com DGH na infância podem normalizar os níveis do hormônio na vida adulta - provavelmente, a deficiência era leve e a quantidade de hormônio passa a ser suficiente quando adultos).

 

Quais são os sintomas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

As manifestações clínicas da DGHA são:

- alteração da composição corpórea, com aumento da proporção de massa gorda e diminuição da massa magra (muscular)

- diminuição da massa óssea, com osteopenia/ osteoporose

- comprometimento do bem-estar psicológico

- diminuição da função renal

- diminuição do gasto energético basal do organismo, com maior facilidade de ganho de peso

- diminuição da capacidade de exercício, cansaço fácil

- aumento da resistência à insulina, com risco de diabetes

- aumento dos fatores de risco cardiovascular

 

Como é feito o diagnóstico da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

O diagnóstico da DGHA é feito com testes para estimular a secreção do hormônio. Os níveis de GH, IGF1 e IGFBP3 são dosados no basal e após o teste (existem várias formas de ser feito, em laboratórios especializados). No basal, os valores podem não distinguir indivíduos normais ou afetados.

 

Qual é o tratamento para a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?

O tratamento é a reposição do hormônio. O medicamento é injetável e deve ser usado diariamente. Inicia-se com dose baixa e cada paciente tem sua dose individualizada, de acordo com os níveis de IGF1. Os  benefícios da reposição devem ser analisados de maneira crítica e individualizada, pois nem todo o paciente apresentará benefício suficiente para justificar o tratamento.

Para avaliar a eficácia clínica do tratamento, os principais parâmetros são a avaliação da composição corpórea, da densidade mineral óssea, do desempenho cardíaco, de fatores de risco cardiovascular e da qualidade de vida. A maioria dos pacientes refere benefícios após três meses de tratamento.

Em indivíduos com DGHA que não façam reposição do hormônio, a atividade física pode melhorar a composição corpórea, a capacidade cardiovascular e o bem-estar psicológico.

 

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Crescimento e GH

GH é o hormônio do crescimento (growth hormone). Ele existe em todas as pessoas normais e é produzido pela glândula hipófise, situada na base do crânio. É o hormônio responsável pelo crescimento desde os primeiros anos de vida até o fechamento das cartilagens dos ossos, no final da puberdade.

Em geral, a criança cresce, em média, 4 cm/ano. Na puberdade, esse valor sobre para 12 cm ou 13 cm ao ano, o chamado estirão do crescimento. Quando o crescimento é menor que 4 cm, ou 6 cm na fase da puberdade, o ideal é que um especialista seja consultado. Quanto mais cedo os pais ou responsáveis descobrirem que a criança não está com a estatura média dos amiguinhos da mesma idade, será mais fácil para evitar problemas como o nanismo.

O nanismo é a doença que se caracteriza pela baixa estatura e pelo pouco desenvolvimento dos ossos e cartilagens. Ela se manifesta principalmente a partir dos 2 anos de idade, impedindo o crescimento e desenvolvimento saudável da pessoa durante a adolescência, produzindo adultos com estatura fora do padrão médio da população.

Quando o corpo humano produz o GH em excesso, pode provocar uma doença conhecida como gigantismo. É um quadro de crescimento desordenado, principalmente nos braços e nas pernas, e crescimento correspondente na estatura. Pode surgir ainda na infância, antes da finalização do processo de calcificação, ou durante a puberdade, quando falhas genéticas impedem a calcificação normal desta fase.

É importante observar a velocidade com que a criança perde roupas e sapatos e comparar com a turma da escolar. Sempre que notar alguma alteração, um endocrinologista deve ser procurado rapidamente. Mas, devemos lembrar que a estatura também é genética; se os pais são muito baixos ou muito altos, a criança, seguirá o padrão familiar.

O endocrinologista, em primeiro lugar, investiga as causas da doença através de vários exames de sangue e radiológicos. No caso da baixa estatura, se os exames apontarem deficiência no hormônio de crescimento, inicia-se a reposição. E o hormônio só age enquanto as cartilagens ainda não estão fechadas. Depois disso, o hormônio não tem mais onde agir. No gigantismo, pode ser usada medicação para bloqueio da ação do hormônio ou cirurgia para ressecção da glândula.

 

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