Esteatose hepática
Esteatose hepática é o acúmulo de gordura no fígado. Quando esse acúmulo ainda não traz repercussões para o funcionamento do fígado, é chamado NAFLD, do inglês Non-Alcoholic Fatty Liver Disease - doença hepática gordurosa não-alcoólica. Mas esse acúmulo de gordura pode levar à inflamação do fígado, provocando a esteato-hepatite não-alcoólica (NASH - Non-Alcoholic Steato-hepatites). A NASH evolui para a cirrose, quando a inflamação leva à fibrose do tecido hepático, e, por último, ao câncer de fígado.
A principal causa da esteatose e NASH é o aumento da obesidade. E a NASH faz parte de toda a alteração metabólica presente na obesidade, contribuindo para mais complicações. Pacientes com NASH têm 2x maior risco de doença cardiovascular e morte.
A esteatose hepática é a principal causa de cirrose e segunda principal causa de transplante de fígado no mundo. Há alguns anos, o álcool era o fator principal. Outras causas são as hepatites virais (B e C, principalmente).
É estimado que 30% da população dos EUA tenham esteatose hepática, e 3 a 5% já tenham NASH. Entre os pacientes com DM2, quase 70% apresentam esteatose hepática e 25 a 30%, NASH. Entre os pacientes com obesidade E DM2, mais de 35% já apresentam NASH.
A evolução da esteatose hepática para NASH e, depois, cirrose, é lenta e pode levar até 30 anos. Mas, entre os pacientes com DM2 E obesidade, essa progressão é mais rápida e pode ocorrer em menos de 10 anos. A evolução da cirrose para câncer de fígado acontece em 30% dos pacientes em 7 anos.
O melhor tratamento para a esteatose e NASH é a perda de peso. Pacientes que conseguem perder 10% do peso têm de 90 a 100% de melhora da esteatose e, entre os que já apresentam graus mais avançados da doença, 80% melhoram a fibrose com essa perda de peso. Para perda de peso de 5%, 65% têm melhora da esteatose e 50% regressão da fibrose.