Patricia Gracitelli

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Obesidade infantil

Nos últimos 30 anos, o número de crianças com excesso de peso triplicou, e a obesidade infantil é uma das doenças mais comuns nos consultórios de pediatria e endocrinologia.

Os dados são alarmantes. Segundo dados do IBGE, em 2010, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Entre os meninos de 10 a 19 anos, a taxa de obesidade passou de 3,7% em 1975 para 21,7% em 2009.

A herança genética da obesidade depende da interação de vários genes, mas, na maioria das vezes, o excesso de peso é decorrente de causas externas, com uma ingestão calórica maior que a necessária, associada a diminuição do nível de atividade física. As doenças endócrinas e genéticas são causas raras de obesidade infantil.

O cálculo do peso adequado da criança é feito pelo mesmo método dos adultos, o IMC (índice de massa corporal), calculado dividindo-se o peso (kg) pela altura (cm) ao quadrado.  O IMC deve ser colocado em uma curva, assim como a curva de peso e altura que é usada para acompanhar o crescimento da criança. Há uma curva para cada idade e sexo, como a abaixo.

 

 

 

 

 

A maior preocupação da obesidade infantil são as complicações que podem estar associadas. Além das complicações comuns aos adultos, como hipertensão arterial, diabetes, apneia do sono, esteatose hepática, pode haver puberdade precoce, fechamento precoce das epífises, com baixa estatura, alterações do alinhamento da coluna vertebral.

As estratégias para perda de peso na infância são as mesmas que para os adultos, diminuir a ingestão calórica, e aumentar a atividade física. Para as crianças, parece ser mais eficaz aumentar atividades da rotina, como futebol, dança, caratê, etc. Envolver as crianças em tarefas que incluam a compra e preparo das refeições ajuda a melhorar a qualidade do que costumam comer.

Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos, mas apenas o Orlistate é aprovado para o uso em crianças maiores de 12 anos. Não há nenhum medicamento aprovado para tratamento do excesso de peso em menores de 12 anos.

A melhor maneira de cuidar da obesidade infantil é preveni-la! É muito importante ensinar a criança desde cedo a ter uma alimentação saudável, com frutas, legumes e verduras, nos horários corretos, sem guloseimas em excesso e sem substituir refeições por lanches! E é essencial que os pais dêem o exemplo, alimentando-se corretamente.